Sexualidade e prevenção das IST/aids no cuidado em saúde mental: o olhar e a prática de profissionais no Município do Rio de Janeiro, Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Cad. Saúde Pública

DATA DE PUBLICAÇÃO

06/08/2018

RESUMO

A despeito dos avanços da Reforma Psiquiátrica e das elevadas taxas de infecção pelo HIV entre usuários de serviços de saúde mental, é evidenciada a falta de políticas de prevenção para essa população. Tal lacuna é agravada pela dificuldade de profissionais de saúde mental em abordar a sexualidade dos usuários de serviços de saúde mental. Este artigo analisa as percepções e práticas dos profissionais de saúde mental sobre esses temas em três modelos de serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do Município do Rio de Janeiro, Brasil. Foram realizados oito grupos focais com equipes de profissionais de saúde mental de uma instituição universitária pública, de um Centro de Atenção Psicossocial III (CAPS III) e do Consultório na Rua. Participaram 61 profissionais de saúde mental (40 mulheres e 21 homens), majoritariamente na faixa de 20 e 40 anos, residentes e profissionais de diversas áreas. Os profissionais de saúde mental reconheceram uma maior vulnerabilidade dos usuários de serviços de saúde mental às situações de violência sexual, mas não às IST/aids. Afirmaram ser importante abordar a sexualidade e a prevenção das IST/ aids, todavia, tais temas não aparecem nas discussões em equipe e raramente no dia a dia do cuidado devido à falta de formação e conhecimento dos profissionais de saúde mental, bem como da ausência de diretrizes e orientações institucionais. Os profissionais de saúde mental reconheceram suas dificuldades e reforçaram a importância da construção de espaços de troca de experiências nos serviços. Os achados apontam a necessidade de incorporar a sexualidade e a prevenção das IST/ aids na dinâmica institucional e na formação dos profissionais de saúde mental. Apesar da desinstitucionalização e dos avanços no campo da aids, além da oferta de um cuidado integral e humanizado, tais temas ainda não foram incorporados ao debate na RAPS. Foram indicadas recomendações que visam contribuir na melhoraria da qualidade do cuidado oferecido.

ASSUNTO(S)

sexualidade síndrome de imunodeficiência adquirida saúde mental pessoal de saúde serviços de saúde

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