Sequestro e discriminação isotópica de carbono em sistemas agrossilvipastoris / Carbon sequestation and isotopic discrimination in agrosilvopasture

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

11/05/2010

RESUMO

O estudo foi realizado com o objetivo de avaliar o efeito de diferentes sistemas de uso da terra no estoque e na dinâmica do carbono orgânico do solo (COS). Para isso foram coletadas amostras de solo em seis diferentes sistemas de uso da terra na Fazenda Riacho, pertencente à Votorantim Siderurgia Unidade Agroflorestal-, no município de Vazante, MG. Os sistemas de uso da terra escolhidos foram: uma pastagem exclusiva (estabelecida a aproximadamente 35 anos); uma floresta de eucalipto velha (estabelicida em 1985); uma floresta de eucalipto nova (estabelecida em 2005); um sistema agrossilvipastoril velho ( estabelecido em 1994); um sistema agrossilvipastoril novo ( estabelecido em 2004); e uma floresta nativa de referência do cerrado local. As amostras de solo foram coletadas em 4 camadas distintas (0 10; 10 20; 20 50; 50 100 cm) em quatro diferentes áreas do mesmo sistema de uso da terra. Cada uma desses áreas foi considerada uma repetição. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado. Após a coleta o solo foi passado através de peneira de 2 mm e as amostras foram levadas para a University of Florida, FL, USA para que as análises fossem realizadas. As amostras foram fracionadas fisicamente em 3 frações: areia grossa (250 2000 μm); areia fina (250 53 μm) e silte e argila (<53 μm). Foram realizadas análises de carbono total e de seu isótopo estável (13C) em cada uma das fraçoes bem como no solo como um todo. As resultados de COT mostram que o estoque de carbono no solo, em um metro de profundidade, dos sistemas analisados seguiu a ondem: Sistema Agroflorestal Velho (148 Mg ha-1) ≥ Eucalipto Novo (143 Mg ha-1) ≥ Floresta nativa (137 Mg ha-1) = Sistema Agroflorestal Novo (130 Mg ha-1) ≥ Eucalipto Velho (121 Mg ha-1) ≥ Pastegem (116 Mg ha-1). A pastagem apresentou o maior estoque de COS na fração silte + argila e na fração areia fina que representam a forma mais estável do carbono no solo. A hierarquia dos agregados e os teores de carbono nas diferentes frações sugerem um impacto na sistema de uso da terra no estoque de carbon so solo mostrando que o solo das pastagens e dos sistemas agrossilvipastoris têm potêncial para o sequestro de carbono. Os resultados de δ13C foram maiores para a pastagem e para os sistemas agrossilvipastoris tanto no solo como um todo como para as frações. A maior parte do COS, em todas as camadas, das pastagem e para sistemas agrossilvipastoris era de origem de plantas C4. As frações do solo destes sistemas apresentaram uma contribuição de COS de origem C4 de 40%; 35%; e 92% nos sistemas agroflorestais velho; novo; e pastagem, respectivamente, na camda de 0 10 cm da fração areia grossa. Na fração silte e argila a contribuição do carbono de origem C4 no COS na profundidade de 50 100 cm foi de 80%; 65%; e 80% para os sistemas agroflorestais velho; novo e pastagens, respectivamente. Os resultados de δ13C apresentaram uma tendência de aumentar com aumento na profundidade do solo sugerindo que a a vegetação que se encontrava originalmente na região no passado mais distante (holoceno médio) era composta basicamente por plantas do ciclo C4 e não do ciclo C3 como se obseva hoje em dia. Maiores investigações precisam ser realizadas para uma afirmação mais conclusiva a respeito dessa afirmativa. Conclui-se que o sistema de uso da terra altera o estoque e a dinâmica do carbono no cerrado e que pastagens e sistemas agrossilvipastoris podem ser utilizados para mitigar o carbono atmosférico no solo.

ASSUNTO(S)

agrofloresta pastagem co2 pastagem e forragicultura co2 pasture agroforestry

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