Sepse, Sepse grave e choque séptico: aspectos clínicos, epidemiológicos, microbiológicos e prognóstico de pacientes de uma Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital Universitário Brasileiro

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O objetivo do estudo foi o melhor conhecimento da epidemiologia da sepse na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), determinando incidência, evolução, natureza comunitária e hospitalar, e classificação como primária ou secundária, avaliando os critérios laboratoriais e microbiológicos utilizados pelos intensivistas. Adicionalmente foram avaliados a etiologia, o espectro de resistência dos agentes etiológicos e adequações quanto a evolução clínica dos pacientes, bem como o consumo de antibióticos. Foi realizado um estudo longitudinal prospectivo através de vigilância ativa na UTI de adultos do HC-UFU, no período de abril a dezembro de 2007. No total, 75 (18,6%; 15,9/1000 pacientes dia) dos 403 pacientes apresentaram sepse, sendo 72% de natureza hospitalar e 28% comunitária. A freqüência de pacientes/dia foi 442, com taxas de 8,2; 5,0 e 3,1 para sepse, sepse grave e choque séptico por 1000 pacientes/dia respectivamente. A mortalidade total dos pacientes com sepse foi de ~ 35%, sendo de 34,6% para sepse grave e 50% para choque séptico. Houve critério microbiológico em 61,3% dos casos, verificando-se entre sinais e sintomas mais comuns a hipertermia (73,3%) e freqüência cardíaca ≥ 90 bpm. A freqüências de sepse primária e de secundária foram de 50,8% e 49,2%, respectivamente, sendo o pulmão o foco predominante (37%) neste úlimo grupo. Os fatores de risco para sepse foram: tempo de internação maior que 5 dias, nutrição parenteral, cateterização maior que 5 dias e uso de antibióticos. Os principais patógenos isolados foram o Staphylococcus coagulase negativo e os da família Enterobacteriaceae, sendo observada proporção elevada de fenótipos resistentes aos antimicrobianos. Embora a colonização nasal pelo S.aureus fosse expressiva (53%) na população estudada, com a maioria (~ 61%) adquirida fora da UTI, o número de episódios de sepse por este microrganismo foi surpreendentemente baixo (8%). Este estudo evidenciou a elevada incidência de sepse na unidade analisada, porém com taxas de mortalidade compatíveis com a literatura atual, outro dado relevante é o elevado consumo de antibióticos que justificaria o número elevado de fenótipos de resistência encontrado no local estudado. A presente pesquisa evidenciou que a porcentagem de sepse na unidade avaliada está alto (18%), com alta proporção de sepse comunitária, além do uso de antibiótico que também se encontra elevado.

ASSUNTO(S)

sepse choque séptico fatores de risco severe sepsis sepse grave infecção hospitalar resistant phenotype fenótipos de resistência imunologia aplicada sepsis septic shock risk factors

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