Seleção de cafeeiros com resistência durável à ferrugem alaranjada

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

20/05/2008

RESUMO

A resistência à ferrugem do cafeeiro (Hemileia vastatrix Berk. et Br.) é controlada por pelo menos nove genes maiores e outros menores. Cultivares com mais genes de resistência podem promover a resistência durável que é muito importante para plantas perenes como o cafeeiro. Os objetivos deste trabalho foram: a) avaliar a resistência completa e incompleta à ferrugem em doze cultivares de café desenvolvidas pelo Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR); b) identificar progênies das cultivares IPR 99 e IPR 107 com mais genes de resistência completa homozigotas não quebrados pela ferrugem e progênies com resistência incompleta; c) verificar a eficiência dos cruzamentos testes na seleção dessas plantas. As avaliações da resistência à ferrugem foram a campo, em cafeeiros adultos e para a população local de raças presentes no IAPAR (Londrina, Paraná, Brasil). Foram avaliadas desde a cultivar IPR 97 até a ‘IPR 108’. Avaliaram-se 23 cruzamentos testes (suscetível x progênie a ser testada) com progênies F3 da ‘IPR 107’ e cinco com progênies F4 da ‘IPR 99’. Além disso, foram avaliadas 11 progênies F4 da ‘IPR 107’ e cinco progênies F5 da ‘IPR 99’. Para a avaliação da resistência foi utilizada uma escala de notas variando de 1 a 5, baseada na severidade da ferrugem (SF). As plantas com esporulação de ferrugem (PEF) e as notas médias de SF das avaliações foram usadas como parâmetros para identificar progênies das cultivares IPR 99 e IPR 107 com mais genes de resistência não quebrados pela ferrugem e/ou com mais desses genes em condição homozigótica e progênies com resistência incompleta. As cultivares do “Sarchimor” IAPAR 59, IPR 97, IPR 98 e IPR 104 apresentaram resistência completa à população local de raças. ‘IPR 105’ (“Catuaí SH2, SH3”) apresentou 100 % das plantas com resistência completa, indicando que é portadora do fator de resistência SH3 em condição homozigótica. As cultivares IPR 99 (“Sarchimor”), IPR 101 (“Catuaí SH2, SH3”), IPR 102 (“Catuaí” x “Icatu”) e IPR 107 (‘IAPAR 59’ x ‘Mundo Novo IAC 376-4’) apresentaram cerca de 75 % das plantas com resistência completa e, provavelmente, segrega para um gene maior. Foi observada resistência incompleta nas cultivares IPR 103 e IPR 108 e, provavelmente, também nas PEF do IPR 99, IPR 101, IPR 102 e IPR 107, pois muitas plantas dessas cultivares apresentaram poucas lesões com esporulação em comparação com o padrão suscetível. Esta resistência incompleta ocorreu nas cultivares derivadas do “Sarchimor” e “Catucaí”. As cultivares IPR 100 (“Catuaí SH2, SH3”) e IPR 106 (“Icatu”), que perderam recentemente a resistência, apresentaram suscetibilidade similar ao do padrão suscetível ‘Catuaí Vermelho IAC 81’. Por meio de análise da freqüência de PEF dos cafeeiros derivados dos cruzamentos testes e da autofecundação foi possível identificar progênies das cultivares IPR 99 e IPR 107 com mais genes de resistência não quebrados do que outras dessas cultivares. O uso da autofecundação para identificar cafeeiros com mais genes de resistência não quebrados é mais viável que os cruzamentos testes, porque é mais fácil. Cruzamentos testes são restritos para poucas situações, podendo ser utilizados para cafeeiros com muitos genes maiores de resistência em condição heterozigótica e inoculados com raças portadoras de poucos fatores de virulência.

ASSUNTO(S)

café - resistência a doenças e pragas - aspectos genéticos fungos-da-ferrugem feijão - teor mineral café - melhoramento genético rust fungi coffee - breeding coffee - disease and pest resistance - genetic aspects

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