Saúde mental de escolares : um estudo de prevalência e de fatores de risco e proteção

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

13/12/2011

RESUMO

A literatura aponta que a identificação de problemas relativos à saúde mental infantil e dos processos que envolvem sua ocorrência é importante pois possibilita uma maior compreensão da realidade dessa população no que se refere a essa condição especial, bem como dá elementos para reflexões, planejamento e implementação de políticas públicas em saúde, educação e assistência social que visem a promoção da saúde mental infantil e que possam atender à demanda apresentada de forma mais efetiva. Além disso, estudos têm indicado que os fatores de risco presentes no ambiente em que a criança vive, tais como situação socioeconômica da família, estrutura familiar, saúde mental dos pais, estilos parentais, dentre outros, são os mais influentes no desenvolvimento de problemas relativos à saúde mental infantil. Nessa direção, o presente estudo objetivou estimar a prevalência de problemas de saúde mental em estudantes do primeiro ciclo do ensino fundamental e os fatores de risco e proteção representados pelas variáveis suporte social do responsável, práticas e estilos parentais, saúde mental do responsável e variáveis relativas à estrutura e contexto familiar a eles associados. Foram participantes 321 responsáveis por crianças estudantes do primeiro ao quinto ano de cinco escolas do primeiro ciclo do ensino fundamental da rede municipal da cidade de São Carlos. Os instrumentos de medida utilizados foram: Questionário de Atividades Cotidianas (QAC); Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB); Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ); Questionário de Suporte Social (SSQ); Inventário de Estilos Parentais (IEP) e Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI). Os dados foram analisados a partir das planilhas de cálculo de cada instrumento e de estudos estatísticos descritivos, comparativos e correlacionais. Os resultados encontrados indicaram uma taxa de prevalência de problemas de saúde mental infantil de 43% e 63% dos responsáveis possuem pelo menos um transtorno mental avaliado pelo MINI. Em relação aos potenciais fatores de risco identificados no presente estudo, observou-se que a saúde mental infantil esteve significativamente relacionada às variáveis: práticas e estilos de risco, responsável apresentando pelo menos um transtorno mental e existência de brigas na família. Em relação aos fatores de proteção, a variável existência, na família, de responsabilidades e regras que todos os membros conhecem e cumprem se relacionou ao comportamento pró-social do SDQ na amostra geral. Além disso, nos grupos de famílias que vivenciam dois ou três dos fatores de risco identificados neste estudo, a satisfação do responsável com o suporte social percebido por ele foi identificado como um potencial fator de proteção para a saúde mental das crianças. Os resultados foram discutidos à luz da teoria dos fatores e mecanismos de risco e proteção à saúde mental infantil. Aponta-se que os achados desta investigação contribuem para a maior compreensão da situação da saúde mental de crianças em idade escolar, bem como sinalizam fatores de risco e proteção, indicando importantes questões a serem consideradas pelas políticas públicas de saúde, educação, assistência social e outras que possam lidar de forma mais efetiva com essa realidade.

ASSUNTO(S)

educação especial estilos parentais suporte social saúde mental infantil fatores de risco mecanismo de risco fatores de proteção prevalência educacao especial infant mental health risk factors risk mechanisms protection factors prevalence

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