Sangramento digestivo alto em um hospital brasileiro: estudo retrospectivo de registros endoscópicos
AUTOR(ES)
ZALTMAN, Cyrla, SOUZA, Heitor Siffert Pereira de, CASTRO, Maria Elizabeth C., SOBRAL, Maria de Fátima S., DIAS, Paula Cristina P., LEMOS Jr., Vilson
FONTE
Arquivos de Gastroenterologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2002-04
RESUMO
Racional - A hemorragia digestiva alta é complicação comum e grave da maioria das doenças do trato gastrointestinal superior. A endoscopia tem papel fundamental no diagnóstico e no tratamento da hemorragia digestiva, mas os dados epidemiológicos a esse respeito ainda são precários em nosso meio. Objetivos - Determinar as características clínicas, a acurácia endoscópica, a eficácia do tratamento e a evolução clínica dos pacientes admitidos no setor de endoscopia digestiva do Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, com sangramento digestivo alto. Pacientes e Métodos - Estudo retrospectivo de registros consecutivos de pacientes com hemorragia digestiva alta submetidos a endoscopia de urgência, em período de 2 anos. Resultados - A maioria dos pacientes era do sexo masculino (68.7%) com idade média de 54,5 ± 17,5 anos. O sítio de sangramento foi identificado em 75.6% dos pacientes. A acurácia diagnóstica da endoscopia foi maior quando realizada nas primeiras 24 horas do início do sangramento e quando da presença de hematêmese. A úlcera péptica foi a principal causa de hemorragia digestiva alta (35%). A prevalência de sangramento varicoso (20,45%) indica freqüência alta de hepatopatia subjacente. O tratamento endoscópico foi realizado em 23,86% dos pacientes. Hemostasia permanente foi alcançada em 86% dos pacientes após a primeira intervenção endoscópica e em 62,5% dos pacientes após ressangramento. Cirurgia de emergência foi raramente necessária. A quantidade de unidades de sangue utilizada foi em média 1,44 ± 1,99 por paciente. O tempo médio de internação hospitalar foi de 7,71 ± 12,2 dias. Ressangramento foi observado em 9,1% dos pacientes. A taxa de mortalidade de 15,34% foi significativamente relacionada com a presença de doença hepática prévia. Conclusões - A acurácia diagnóstica foi correlacionada tanto com o intervalo de tempo entre o episódio de sangramento e a realização da endoscopia, como com a forma de apresentação clínica. A terapêutica endoscópica mostrou-se eficaz num grupo selecionado de pacientes. O aumento do tempo de hospitalização e a maior taxa de mortalidade nos pacientes submetidos a terapêutica endoscópica foram atribuídos a maior prevalência de varizes esofagianas e à presença de hepatopatia subjacente.
ASSUNTO(S)
hemorragia gastrointestinal endoscopia gastrointestinal hemostase endoscópica
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