ROMEIROS E PEREGRINOS NA ROMARIA DE SANTO ANTÃO: O POVO DA CRUZ RUMO A SALVAÇÃO LATINO-AMERICANA / ROMEROS Y PEREGRINOS EN EL PEREGRINAJE DE ANTÃO SANTO: LA GENTE DE LA CRUZ EN RUTA DE LA SALVACIÓN EN AMERICANA LATINA

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Por volta de 1848, segundo o contexto messiânico do sul do Brasil no século XIX, e conforme a realidade e características dos movimentos rústicos sertanejos, iniciou-se em Campestre, Santa Maria, RS, um movimento messiânico encabeçado pelo asceta João Maria de Agostinho, o santo monge ou solitário eremita de Campestre e Botucaraí. João Maria foi homem versátil. Sua atuação se encontra a meio caminho entre a astúcia tática para empreender e a simplicidade rústica da sua pessoa. Era leigo, ermitão e caminhante. Foi um racionalista tanto no que se refere a seu modo de vida pessoal, quanto no que norteia as atitudes cotidianas práticas e morais dos fiéis. O anacoreta estabeleceu no local o culto a Santo Antão, legou aos fiéis um documento intitulado Aos do Campestre, onde escolheu os seus sucessores e instituiu a Romaria ou festa de Santo Antão. A partir de então, a população passa a conduzir o evento religioso. Baseou-se o estudo da Romaria em três fases: crescimento, de 1848 a 1900; auge, de 1900 a 1930; e consolidação, de 1930 aos dias atuais. Em todos os momentos da sua história, tratou-se de um evento popular, com diferentes grupos sociais envolvidos. O trabalho analisou alguns elementos que informam sobre quem são os romeiros de Santo Antão. Saber por que a população se integra ao culto foi intuito pelo qual se procedeu ao estudo do evento. Também se analisou amplamente as diversas formas em que o religioso, o social e o pragmático se manifestam na Romaria, através dos processos de memória, representações, reinterpretações, da ação e da cultura. Estudou-se a importância do sacrifício, da via sacra, do Cerro do Campestre, da água, da imagem, da paisagem, do monge, do Santo e de Deus para os devotos. Tentou-se entender o significado da idéia de festa de Santo Antão e se considerou todos os ritos e cultos que se pôde observar durante a semana do evento. Intuiu-se conhecer de que forma e por qual motivo o profano se integra ao sagrado e vice-versa. Partiu-se de um ponto de vista histórico, antropológico e cultural que dá visibilidade aos romeiros, peregrinos, moradores do lugar e clero, com destaque à versão da população que ingressa na Romaria. Valorizou-se as diferenças entre os devotos e o clero. Enfim se atentou para os problemas sociais que possam ter oferecido conjuntura histórica ao movimento, para a diversidade da Romaria, para o caráter coletivo das relações humanas e religiosas e para a idéia de que o homem deve ser valorizado antes de qualquer outro projeto.

ASSUNTO(S)

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