Risco de desnutrição em idosos na comunidade / Risk of malnutrition in the aged in the community

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

O trabalho estudou o estado nutricional de uma amostra aleatória (n = 98) de idosos vivendo na zona urbana do Distrito Bonfim Paulista e procurou identificar alguns fatores relacionados ao risco de desnutrição. Os idosos selecionados foram avaliados quanto ao estado nutricional através da “Mini Avaliação Nutricional” (MAN) e através do recordatório alimentar de 24 horas. Também foi elaborado um questionário domiciliar especifico contendo questões relacionadas à escolaridade, renda do idoso e da família, perfil multidimensional, impressão subjetiva de saúde e de qualidade de vida, atividade de trabalho, moradia, doenças crônicas, atividade de vida diária e participação social. Procuramos, desta forma, identificar a prevalência de desnutrição e risco de desnutrição na comunidade e identificar fatores associados com a menor pontuação na MAN, ou seja, fatores que possam contribuir para um pior prognóstico nutricional. Participaram do trabalho 98 voluntários sendo 30 (30,6%) idosos do sexo masculino e 68 (69,4%) do sexo feminino. Detectamos a prevalência de 11,2% de idosos desnutridos, 37,7% de idosos sob risco de desnutrição e 51,1% de bem nutridos de acordo com MAN. Após avaliação da normalidade, usamos testes não paramétricos (Kruskall-Wallis) quando estes três grupos foram comparados em relação às diferentes variáveis estudadas como idade, IMC, consumo energético, gasto energético e variáveis neuropsiquiátricas. Observamos que a MAN é um método viável e de fácil aplicabilidade em idosos vivendo em comunidades brasileiras e que nossos resultados foram semelhantes à maioria dos estudos que usaram a MAN como instrumento de investigação da prevalência de “risco de desnutrição” na comunidade. Paralelamente, acreditamos que a variável IMC não é um bom parâmetro para caracterização de desnutrição e que o estado de saúde mental do idoso contribui fortemente para o seu estado nutricional. Em relação ao consumo energético podemos dizer que, continua sendo uma das principais causas de desnutrição na terceira idade e pode estar presente mesmo entre os idosos caracterizados como nutridos. Para avaliação de associações de determinados fatores, discriminados no questionário geral, com o estado nutricional, montamos tabelas 2X2 e usamos o teste exato de Fisher. Procuramos observar associações entre algumas variáveis com dois grupos: o primeiro que tinha escore inferior a 23,5 e outro que possuía escore superior a 24 na MAN acreditando que estes valores definem, respectivamente, um pior e melhor estado nutricional. Desta forma foi possível observar que fatores como o analfabetismo, baixa renda familiar, falta de participação social e em atividades de trabalho possuem forte correlação com escores inferiores na Mini Avaliação Nutricional apesar de não fazerem parte do seu conteúdo. A auto avaliação do estado de saúde ou impressão subjetiva de saúde possui forte correlação com a maior ou menor pontuação na MAN. Finalmente, apesar de não ter havido correlação estatística, acreditamos que haja uma tendência à maior prevalência de desnutrição em faixas etárias mais elevadas.

ASSUNTO(S)

mini avaliação nutricional risk of malnutrition aging envelhecimento mini nutritional assessment risco de desnutrição

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