Revisitando o índice S para qualidade física do solo e seu uso no Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Ciênc. Solo

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-02

RESUMO

O índice S foi introduzido em 2004 numa publicação de A.R. Dexter. Esse índice foi proposto como um indicador da qualidade física do solo. Propôs-se um valor crítico para delimitar solos com qualidades físicas rica e pobre. Atualmente, o Brasil é líder mundial de citações do artigo de Dexter. Nessa publicação, a teoria do índice S é matematicamente revisitada e estendida. Demonstra-se que S se correlaciona matematicamente com a densidade e a porosidade total do solo. Como indicador absoluto, o valor de S tem demonstrado ser incapaz de predizer a qualidade física do solo. O valor crítico não permite previsões confiáveis sob diversas condições de contorno descritas na literatura. Esse fato é esperado, uma vez que o S é um parâmetro estático, portanto implicitamente incapaz de descrever processos dinâmicos. Como indicador relativo da qualidade física do solo, o índice S não possui valor adicional em relação à densidade do solo ou à porosidade do solo. A determinação da densidade ou porosidade do solo é muito mais simples que a determinação de uma curva de retenção para obtenção do S, razão pela qual se desqualifica o S como um indicador interessante da qualidade física relativa do solo. Entre as várias equações disponíveis para o ajuste da curva de retenção, a de Groenevelt-Grant é preferível para uso em combinação com o S, uma vez que um de seus parâmetros se correlaciona linearmente com S. Tendo como finalidade a descrição de processos dinâmicos, os esforços de pesquisa em física do solo deveriam se deslocar na direção da física do solo mecanística, em detrimento da busca por correlações empíricas como S, que, atualmente, representa muito mais do que deveria na física do solo no Brasil.

ASSUNTO(S)

porosidade densidade curva de retenção de água compactação

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