Retalhos livres em dermatologia cirúrgica: comparação entre os retalhos livres fasciocutâneos e miocutâneos nas reconstruções faciais
AUTOR(ES)
Camacho-Martínez, Francisco Miguel, Rollón, Angel, Salazar, Clara, Rodríguez-Rey, Elena M, Moreno, David
FONTE
Anais Brasileiros de Dermatologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2011-12
RESUMO
FUNDAMENTOS: Os cirurgiões dermatológicos habitualmente realizam retalhos pediculados cutâneos à distância, de padrão axial ou ao acaso, para reparar os defeitos faciais. Estes tipos de retalhos cutâneos requerem muito tempo para realizar-se e têm elevadas despesas econômicas, sociais e pessoais. Com a introdução da transferência em uma única etapa de retalhos livres ao local receptor, com anastomose microvascular, estes inconvenientes poderiam ser evitados. OBJETIVO: Demonstrar que se obtêm melhores resultados com retalhos livres fasciocutâneos ou miocutâneos e qual deles é mais adequado em Dermatologia cirúrgica. MATERIAL E MÉTODOS: Selecionamos dois pacientes, de sexos diferentes e idades similares, que haviam sido tratados com cirurgia de Mohs, para eliminar os tumores malignos recidivantes que se localizavam na parte superior das bochechas contatando com a zona zigomática. A mulher foi tratada com um retalho livre fasciocutâneo radial e o homem com um retalho livre do músculo reto do abdômen. RESULTADOS: Ambos os pacientes tiveram excelentes períodos pós-operatórios imediatos. As complicações observadas no homem foram relacionadas a uma alteração pulmonar prévia. O retalho fasciocutâneo radial livre foi mais fácil de realizar do que o do reto do abdômen; não obstante, o retalho livre radial é muito fino e, embora lhe seja incluído tendão do palmar, não proporciona suficiente volume razão pela qual requer a introdução posterior de implantes. Em contrapartida, o retalho livre do reto do abdômen transfere um largo retalho que tem suficiente tecido grasso para poder engordar no futuro. Quanto aos resultados estéticos da zona doadora, o retalho do reto do abdômen produz melhores cicatrizes, já que os defeitos secundários da superfície palmar do antebraço não podem ser fechados diretamente e requerem habitualmente a aplicação de um enxerto; situação que alguns pacientes não aceitam. CONCLUSÕES: Como sempre em Dermatologia cirúrgica, cada paciente e cada tumor, uma vez extirpado, tem sua própria técnica reconstrutiva. O retalho livre radial é adequado para pacientes magros que não se incomodam de cobrir seu antebraço com a camisa. O retalho do reto do abdômen é mais adequado para pacientes obesos com defeitos profundos e voluminosos, embora seja necessário deslocar o umbigo de sua posição original
ASSUNTO(S)
cirurgia de mohs desenvolvimento muscular retalhos cirúrgicos
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