Resultados laboratoriais nas doenças virais oculares: implicações na correlação clínico-laboratorial

AUTOR(ES)
FONTE

Arquivos Brasileiros de Oftalmologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2007-03

RESUMO

OBJETIVOS: Documentar a etiologia e prever a importância do diagnóstico clínico em doenças virais oculares confirmadas em laboratório. MÉTODOS: Todos os relatórios de pacientes com cultura viral positiva durante o período de janeiro 1987 - dezembro 2001 foram analisados. RESULTADOS: Quinhentos e quatorze (514) casos foram encontrados. Em geral, herpesvírus 1 humano foi o agente mais freqüentemente isolado. Adenovírus foi o vírus mais comumente isolado da conjuntiva (66%), herpesvírus 1 humano das pálpebras e córnea (76%, 88% respectivamente) e citomegalovírus do vítreo (27%). Alguns agentes não usuais foram isolados da conjuntiva como citomegalovírus e da córnea como adenovírus, enterovírus e citomegalovírus. Reconhecimento das síndromes virais comuns foi: herpervírus 1 humano (88%), ceratoconjuntivite epidêmica (88%), conjuntivite aguda hemorrágica (70%). Porém, alguns casos com diagnóstico incorreto foram observados. Treze por cento das conjuntivites com diagnóstico de herpes foram causadas por adenovírus, 3,2% por enterovírus, 3,2% por varicella zoster vírus e 3,2% por citomegalovírus. Também, 5% dos casos com diagnóstico clínico de ceratite herpética eram adenovírus e 2,7% enterovírus. Além disso, 4,8% dos casos em que se pensaram em conjuntivite por adenovírus, eram conjuntivite por herpes. Finalmente, 30% dos casos em que se diagnosticaram conjuntive hemorrágica aguda, o agente etiológico era adenovírus. CONCLUSÃO: Em geral herpesvírus humano 1 continua a ser o vírus mais comum encontrado nas infecções oculares (56%). Agentes não herpéticos isolados da córnea foram em ordem decrescente: adenovírus, enterovírus e citomegalovírus. A correlação entre o diagnóstico clínico e laboratorial foi menor do que 90%. Um diagnóstico rápido e específico é essencial em casos de apresentações virais atípicas para que uma terapia antiviral específica seja estabelecida e para se evitar complicações que podem ser decorrentes de um diagnóstico errado e tratamento inadequado. Teste viral também é importante para se confirmar um diagnóstico clínico, relatar infecções emergentes e mudanças de epidemiologia.

ASSUNTO(S)

infecções oculares virais infecções oculares virais ceratite herpética simplesvírus reação em cadeia da polimerase sensibilidade e especificidade

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