Resultado perinatal de gestações gemelares com parto em hospital universitário
AUTOR(ES)
Assunção, Renata Almeida de, Liao, Adolfo Wenjaw, Brizot, Maria de Lourdes, Krebs, Vera Lúcia Jornada, Zugaib, Marcelo
FONTE
Revista da Associação Médica Brasileira
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010
RESUMO
OBJETIVO: Avaliar o resultado perinatal nas gestações gemelares com partos em hospital universitário segundo a corionicidade. MÉTODOS: Estudo retrospectivo de 289 gestações gemelares com partos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, no período de janeiro de 2003 a dezembro de 2006. Os dados maternos e fetais foram obtidos através dos livros de parto e dos prontuários da instituição. A corionicidade foi determinada pela ultrassonografia ou pelo exame anatomopatológico. RESULTADOS: A incidência de gestação gemelar foi de 3,4% sendo 96,6% naturalmente concebidas. Dos 578 conceptos, 60,5% eram de gestações dicoriônicas (DC), 30,8% monocoriônicas diamnióticas (MCDA), 6,6% monocoriônicas monoamnióticas (MCMA) e em 2,1% a corionicidade era desconhecida. A idade gestacional (IG) média do parto foi de 34,6 semanas (DP= 3,9) e o peso médio ao nascimento foi de 2.031g (DP= 693). Nas gestações DC a IG média foi de 35,4 semanas (DP=3,5); MCDA foi de 33,6 (DP=3,9) e nas MCMA foi de 32,9 (DP= 4,5), sendo estatisticamente significativo. O peso médio ao nascer foi 2.171g, 1.832g e 1.760g, respectivamente, para as gestações DC, MCDC e MCMA. A proporção de fetos com IG no parto abaixo de 34 semanas nas gestações DC foi de 21,7% enquanto nas MCDA foi de 39,3% e nas MCMA foi de 42,1%. A frequência de fetos abaixo do percentil 10 para gêmeos foi 15,7% DC, 22,5% MCDA e 26,3% nas MCMA. As malformações fetais foram observadas em 21,3% das monocoriônicas e em 7,4% nas dicoriônicas. O período de hospitalização foi menor nas dicorionicas quando comparadas com as MCDA e MCMA (17,1; 17,3 e 23,3 dias, respectivamente). A porcentagem de alta hospitalar de ambos os recém-nascidos com vida foi maior nas gestações DC (85,7%) do que nas gestações MC (61,1%), porém quando excluídas as complicações (malformações fetais e a síndrome da transfusão feto-fetal) a sobrevida de ambos os recém-nascidos nas MC foi de 80%. CONCLUSÃO: A idade gestacional do parto, o peso ao nascimento e a restrição do crescimento fetal são significativamente menores nas gestações monocoriônicas. A chance de o casal levar para casa dois filhos vivos é semelhante nas gestações dicoriônicas e nas monocoriônicas na ausência de complicações. Porém, na presença de malformações e da síndrome da transfusão feto-fetal, esta chance se reduz para 60%, sendo pior nas monocoriônica monoamnóticas.
ASSUNTO(S)
gêmeos mortalidade perinatal alta do paciente nascimento prematuro complicações na gravidez anormalidades congênitas
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