Resíduos sólidos de construção e demolição - estudo de caso : Gurupi-TO

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Com a criação do Estado do Tocantins em 1988, teve um início acelerado de desenvolvimento econômico-social. A construção civil foi uma das atividades que mais cresceu, aumentando a geração de entulho e resíduos. Sem um local preparado para a recepção desses resíduos, sua disposição foi sendo feita de maneira indiscriminada lançada no meio ambiente. Esta pesquisa tem como objetivo diagnosticar a situação do entulho gerado pela indústria da construção civil no município de Gurupi - TO, por meio do acompanhamento das atividades de construção de novas edificações, reforma e ampliações existentes e da análise da participação dos principais agentes na gestão dos RSCD (Resíduos Sólidos da Construção e Demolição). A metodologia foi dividida em duas fases: estudo de casos RSCD e gestão do RSCD. Para o estudo de caso, os dados foram coletados em três locais: demolição e reforma do prédio do Campus 1 da Unirg; Obra 1: construção de um auditório; Obra 2: ampliação da Universidade Federal do Tocantins, construção de três blocos e clandestino que pelo mapeamento, chegou-se à seleção de duas áreas, a chácara Mansão das Pedras e atrás do Cemitério Municipal, consideradas mais representativas. Para coleta de dados, baseou-se na metodologia proposta por Rocha (2006), e foram observadas as normas NBR 7.216/1987 e NBR 10.007/2004, procedendo-se as devidas adaptações. Para conhecer-se a composição dos RSCD e identificar-se o tipo de obra em que foi originado, realizou-se inicialmente a caracterização visual dos resíduos encontrados nos locais de estudo. Em seguida, com o objetivo de se estimar a porcentagem existente de cada constituinte do resíduo, procedeu-se à análise qualitativa das amostras. Na composição dos entulhos encontrados nos diferentes locais de estudo, de acordo com a classe, percebeu-se que 84% são classificados como classe A, 9% classe B e 7% classe C. Dentro dos resíduos classificados como classe A, cerca de 42% são constituídos de concreto e argamassa, 37% de produtos cerâmicos e o restante é solo, areia e pedras. Para resíduo classificado como classe B, é feita após disposição irregular a separação por moradores próximos ao local, que destinam somente os metais e papel para reciclagem, e madeira para queima em carvoarias. No estudo da gestão, foram realizadas entrevistas com diversos segmentos participantes: empresas coletoras de entulho; prefeitura municipal; empresas geradoras, proprietários particulares; engenheiros, arquitetos e transportadores cadastrados ou não. Para os agentes oficiais, 67% acreditam que a prefeitura não cumpre seu papel na gestão do RSCD e, no que tange à Resolução n. 307 do CONAMA, somente 11% têm conhecimento satisfatório. Para os geradores de RSCD, observa-se que 86% não cumprem com o papel de gestão dos resíduos, 100% ou têm de maneira insatisfatória ou não têm conhecimento da resolução do CONAMA 307, da mesma forma não adotam métodos construtivos racionais e não introduzem sistema de gestão eficiente de resíduos no processo construtivo. Para os engenheiros e arquitetos, 80% dizem não cumprir com seu papel na gestão de RSCD, 13% têm um conhecimento suficiente para atender à resolução do CONAMA n. 307; 7% dizem utilizar projetos que visem à utilização de materiais recicláveis; 80% podem contribuir mais para a implementação de um sistema de gestão do RSCD; 40% utilizam critério de racionalização para utilização de métodos construtivos eficientes para futura reciclagem de prédios e materiais; 80% estão dispostos a participar de um programa de gestão de RSCD. Este trabalho visa identificar diretrizes para a construção de um programa de gestão do RSCD possível de ser implantado.

ASSUNTO(S)

entulho e meio ambiente arquitetura e urbanismo resíduos sólidos

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