Requisitos exigidos pelo mercado aos praticantes da contabilidade na segunda metade do século XIX

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. contab. finanç.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2021-04

RESUMO

RESUMO A pesquisa objetiva identificar os requisitos exigidos pelo mercado aos praticantes da contabilidade na segunda metade do século XIX no estado do Pará. Diferenciando-se da literatura existente, esta pesquisa amplia a compreensão da história da profissão contabilística enquanto ocupação, por meio do uso de conceitos advindos da teoria sociológica das profissões. A relevância do tema escolhido recai sobre a compreensão do impacto dos requisitos exigidos ao praticante da contabilidade no processo de profissionalização e na modelagem dos limites da estrutura ocupacional. As evidências proporcionam a possibilidade de fortalecimento das pesquisas da área da história da contabilidade ao demonstrar a dificuldade de definição do que era um “praticante da contabilidade”, uma vez que a expressão abrangia uma infinidade de situações de emprego, o desempenho de diversas tarefas e incluía subocupações especializadas. Trata-se de pesquisa de arquivo, baseada em anúncios de emprego publicados em jornais que circulavam no Pará, no período de 1859 a 1888, disponíveis na Biblioteca Nacional do Brasil. Os requisitos analisados foram características demográficas (sexo, idade, nacionalidade e estado civil) e competências. Os achados foram comparados com os de pesquisas similares, bem como com obras de recorte temporal hodierno. Os resultados desta pesquisa indicam que o mercado exigia que os praticantes contábeis fossem do sexo masculino, na faixa etária de 12 a 16 anos, com boa conduta atestada por fiador e conhecimento prático que nem sempre era restrito ao universo contábil. Os achados demonstram que não havia definição objetiva dos limites da identidade da ocupação e, em essência, os requisitos exigidos dos praticantes da contabilidade na segunda metade do século XIX persistem temporalmente. A contribuição desta pesquisa consiste em ampliar e aprofundar a compreensão histórica sobre a natureza da ocupação contábil no Pará, espaço de menor proeminência mercantil durante a segunda metade do século XIX.

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