Reprocuctive biology of Melastomataceae from Parque Nacional da Serra da Canastra, Minas Gerais / Biologia reprodutiva de Melastomataceae do Parque Nacional da Serra da Canastra, Minas Gerais

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A maioria das espécies de Melastomataceae possui flores hermafroditas, com separação espacial entre o estigma e o pólen das anteras poricidas, o que favorece o predomínio da xenogamia na família. Vários trabalhos também mostram a ocorrência de espécies autocompatíveis e apomíticas, mas em geral, são poucos os estudos sobre a biologia reprodutiva de espécies com distribuição restrita, sobretudo as que ocorrem em campos rupestres. Este trabalho estudou a biologia reprodutiva de seis espécies de Melastomataceae com distribuição restrita aos campos rupestres e relacionou o padrão de distribuição das espécies com seus sistemas reprodutivos. Os sistemas reprodutivos foram estudados por meio de polinizações controladas, análise de crescimento do tubo polínico, viabilidade polínica, germinação de sementes e crescimento inicial das plântulas. A relação entre os sistemas reprodutivos e a distribuição geográfica das espécies foi feita complementando os resultados deste trabalho com dados da literatura. Os experimentos de polinizações controladas e a análise de crescimento do tubo polínico sugerem que as espécies estudadas, Cambessedesia regnelliana, Miconia angelana, Microlicia inquinans, Svitramia hatschbachii, S. minor e Svitramia sp. são autocompatíveis, produzindo sementes viáveis a partir de autopolinização manual e sem indício de reações de auto-incompatibilidade nos tubos polínicos ao longo do estilete. Autopolinização espontânea e produção de néctar foram observadas apenas em Miconia angelana. As demais espécies, apesar de autocompatíveis, são dependentes de polinização vibrátil. As espécies estudadas tiveram acima de 90% de viabilidade polínica (estimada por coloração), mostrando indivíduos aptos a se reproduzirem sexuadamente. A germinabilidade das sementes e o crescimento inicial das plântulas formadas por polinização cruzada foram maiores em relação aos demais tratamentos. A exceção foi M. angelana, na qual a germinabilidade das sementes e o crescimento inicial das plântulas originadas a partir de autopolinização espontânea foram maiores. Os resultados deste trabalho confirmam a hipótese de que espécies com distribuição restrita, estudadas até o momento, são sexuadas, principalmente autocompatíveis (70%). A maioria das espécies apomíticas e das autoincompatíveis estudadas possui distribuição geográfica mais ampla e pertencem principalmente à tribo Miconieae.

ASSUNTO(S)

ecologia melastomatacea - reprodução plantas - reprodução

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