Representações sociais de profissionais de saúde sobre violência sexual contra a mulher: estudo em três maternidades públicas municipais do Rio de Janeiro, Brasil
AUTOR(ES)
Cavalcanti, Ludmila Fontenele, Gomes, Romeu, Minayo, Maria Cecília de Souza
FONTE
Cadernos de Saúde Pública
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006-01
RESUMO
Pretende-se analisar as representações sociais da violência sexual contra a mulher, construídas e reproduzidas no contexto da assistência pré-natal em três maternidades públicas municipais do Rio de Janeiro, Brasil. Essa pesquisa, de abordagem qualitativa, trabalhou com dois núcleos temáticos: as idéias e as explicações da violência sexual cometida contra a mulher. As 45 entrevistas realizadas com os profissionais de saúde foram trabalhadas mediante análise de conteúdo temático. Os resultados apontam que as representações sociais sobre a violência sexual cometida contra a mulher se encontram associadas às idéias de sofrimento, distúrbio do comportamento e relação sexual forçada. As explicações para a ocorrência desse tipo de violência referem-se às relações de gênero, à violência urbana e à imputação de culpa à mulher. Pode-se concluir que persistem padrões hegemônicos de relações assimétricas, mesmo nos discursos profissionais das maternidades que são referência para o atendimento às vítimas de violência sexual. A incorporação da categoria analítica de gênero, por intermédio das capacitações e da formação profissional, poderia tornar a assistência pré-natal numa importante "porta de entrada" para se abordar as situações de violência sexual.
ASSUNTO(S)
violência saúde da mulher cuidado pré-natal
Documentos Relacionados
- Violência doméstica contra a mulher: representações de profissionais de saúde
- Violência doméstica contra a mulher: realidades e representações sociais
- Representações sociais de enfermeiras acerca da violência doméstica contra a mulher: estudo com abordagem estrutural
- Políticas públicas de proteção à mulher: avaliação do atendimento em saúde de vítimas de violência sexual
- Violência contra a mulher: a visibilidade do problema para um grupo de profissionais de saúde