Repercussão do acidente vascular cerebral na aprendizagem da criança / Impairment of learning after stroke in childhood
AUTOR(ES)
Sonia das Dores Rodrigues
DATA DE PUBLICAÇÃO
2008
RESUMO
A doença cerebrovascular (DCV) é considerada rara na infância, com incidência aproximada de 2.3 a 2.5/100.000 crianças/ano. Comparando-se aos estudos realizados na idade adulta, na infância os estudos ainda são raros e, em geral, a idéia passada pela literatura é que essa doença não traz maiores repercussões para o futuro desses indivíduos. Entretanto, pesquisas realizadas a partir da última década, principalmente, vêm demonstrando que o acidente vascular cerebral (AVC) pode comprometer a cognição da criança. Em se tratando de aprendizagem e escolaridade, os estudos são superficiais e, não raro, apenas indicam se há, ou não, defasagem escolar e se houve necessidade de apoio educacional especializado. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo investigar a repercussão do AVC na aprendizagem da criança. Foram incluídas no estudo trinta e cinco pacientes que tiveram AVC isquêmico ou hemorrágico, com idade entre sete e quinze anos, acompanhadas pelo Grupo de Pesquisa em Doença Cerebrovascular da Infância e Adolescência do HC/Unicamp (Grupo Experimental - GE). O diagnóstico do AVC foi realizado por meio de exames clínicos, laboratoriais e de neuroimagem. Para a comparação com o GE foram avaliadas vinte e nove crianças sem lesão cerebral (Grupo Controle - GC). Essas crianças do GC estavam matriculadas no ensino fundamental e, de acordo com seus professores, não tinham problemas de aprendizagem. Como instrumentos de avaliação foram utilizados o Método Clínico de Piaget (com oito provas operatórias), o Teste de Desempenho Escolar (Stein, 2003), a Prova de Memória de Curto Prazo (Mello, 2003) e o Questionário de Nível Sócio-Econômico (Periscinoto, 2004). Para seis crianças seriamente comprometidas do ponto de vista intelectual, foi utilizado a Escala de Maturidade Social de Vineland (1947). Os resultados obtidos mostraram que a performance do GE foi significativamente inferior, quando comparado com o GC. As crianças com lesão em áreas corticais tiveram pior desempenho que aquelas que tiveram lesão em área subcortical. Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa em nenhum dos testes e provas, quando se comparou o desempenho das crianças em função do tipo de AVC (isquêmico e hemorrágico). Entretanto, constatou-se que as crianças que evoluíram com epilepsia após o insulto vascular tiveram pior desempenho em escrita e aritmética e, além disso, quatro delas tinham deficiência intelectual. Por fim, lesão em fase precoce do desenvolvimento (antes dos cinco anos de idade) foi mais prejudicial às crianças. Conclui-se que o AVC repercutiu negativamente na aprendizagem das crianças analisadas
ASSUNTO(S)
acidentes vasculares cerebrais cognition cognição aprendizagem cerebrovascular disease stroke learning
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=000431258Documentos Relacionados
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