Reparo das hérnias abertas e laparoscópicas no Sistema Público de Saúde brasileiro. Estudo nacional baseado em dados populacionais em período de 11 anos

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Gastroenterol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-12

RESUMO

RESUMO CONTEXTO: Hérnias de parede abdominal são patologias cirúrgicas frequentes. O surgimento da cirurgia minimamente invasiva levantou questionamentos sobre a melhor técnica a ser aplicada, considerando a possível redução de dor pós-operatória e de complicações, e retorno precoce às atividades habituais. OBJETIVO: Avaliar frequência de hernioplastias abertas e laparoscópicas no Brasil entre os anos de 2008 e 2018, analisar taxas de cirurgias urgentes e eletivas, mortalidade, custos e o impacto do treinamento em cirurgia laparoscópica no sistema público de saúde. MÉTODOS Análise de banco de dados do registro de saúde pública (DATASUS) entre 2008 e 2018 para coleta dos dados e parâmetros selecionados. RESULTADOS: Foram realizadas 2.671.347 hernioplastias no período, média de 242.850 cirurgias/ano (99,4% abertas, 0,6% laparoscópicas). Predominou a faixa etária economicamente ativa (20-59 anos), 54,5% do total. Houve redução significativa das cirurgias abertas (P<0,01), sem aumento compensatório da laparoscopia. 22,3% das cirurgias foram de urgência, com aumento significativo da mortalidade em relação às cirurgias eletivas (P<0,01). Observou-se distribuição heterogênea da videolaparoscopia, diretamente relacionada com o número de cirurgiões digestivos. CONCLUSÃO: Este estudo apresenta pela primeira vez os dados populacionais das cirurgias de hérnia no Brasil. As técnicas minimamente invasivas representam uma parcela pouco significativa das hernioplastias. As cirurgias urgentes apresentam percentual elevado comparado a outros países, com aumento significativo na mortalidade, reforçando a necessidade de políticas que permitam aumento da oferta do serviço, treinamento especializado e equalização na distribuição dos procedimentos em todas as regiões.

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