Relações entre poder e subjetividade em uma organização familiar

AUTOR(ES)
FONTE

Organ. Soc.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2013-06

RESUMO

Neste artigo, o objetivo é discutir os vínculos entre indivíduo e organização, que caracterizam a permanência, ou não, de sujeitos indicados como sucessores na empresa da família, tendo como base de análise as categorias inter-relacionadas de subjetividade e poder. Tal propósito originou uma pesquisa qualitativa, na qual o foco foram as histórias de vida dos três filhos do fundador de uma empresa familiar. No tratamento dos dados, foi usada a técnica da análise do discurso para a identificação das estratégias discursivas usadas pelos entrevistados em seus depoimentos, tendo elas sido agrupadas em duas categorias discursivas: histórias sobre o trabalho e histórias sobre a família. Na primeira categoria, a partir do mito do herói fundador, a história sobre o trabalho é romanceada, em um processo que, por meio da socialização primária, esconde o controle por intermédio da inserção de valores do pai na precoce entrada na empresa por parte dos filhos do sexo masculino. Sobre a família, os depoimentos sugerem que a empresa é sua continuação; sendo estendidos, ao negócio, os laços familiares. A empresa liga, simbólica e afetivamente, os filhos ao legado do pai, o que a torna um projeto de vida reapropriado e realimentado por eles. As conclusões alertam que as empresas familiares não deixam de ser empreendimentos econômicos mesmo sendo intensas em afetividade, sendo os filhos vítimas dos mesmos estratagemas que diversos autores denunciam em empresas capitalistas por aderirem a um sonho que não lhes pertence, mas que lhes cabe manter vivo.

ASSUNTO(S)

relações de poder vínculo subjetividade empresas familiares

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