Relações entre medidas de evaporação de superfícies de água livre por evaporímetros e estimativas por métodos meteorológicos em duas regiões do Estado de São Paulo / Relations between measurements of open-water surfaces evaporation by evaporimeters and estimates by meteorological methods in two regions of the State of Sao Paulo, Brazil

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Este trabalho objetivou estabelecer relações entre evaporação de tanques Classe A e de 20 m2, em Piracicaba, SP e testar o desempenho de métodos meteorológicos de estimativa da evaporação de superfícies de água livre nessa localidade e em Jaboticabal, SP. Utilizou-se dados meteorológicos coletados em ambiente de um pequeno lago artificial em Piracicaba para cálculos dos métodos de balanço de energia-razão de Bowen, Penman, Priestley-Taylor e Penman simplificado. Dados meteorológicos observados sobre gramado foram usados para estimativa pelos métodos de Penman, Penman modificado, Dalton adaptado, Linacre e tanque Classe ASnyder. Os métodos foram avaliados utilizando índices de concordância e desempenho a partir de análise de regressão e de desvios por comparação com medidas do evaporímetro de 20 m2. Foram observadas relações lineares significativas entre os valores da evaporação dos tanques Classe A e de 20 m2 em todos os meses do ano em Piracicaba. A razão mensal entre as medidas dos evaporímetros apresentou variação ao longo do ano, com superestimativa pequena (até 3%) de fevereiro a junho e em novembro, e grande (10% a 15%) nos outros meses, em relação aos dados de Oliveira (1971) para a mesma localidade. A maior consistência estatística e representatividade da série de medidas, com 3 repetições de tanque Classe A, indicam que os fatores mensais de relações entre os dois evaporímetros podem substituir os obtidos por Oliveira (1971). Todos os métodos utilizados nos dois ambientes apresentaram boa concordância em termos médios com os observados no tanque de 20 m2, sempre com grande dispersão dos dados, diminuindo com o aumento do número de dias de contabilização da evaporação. O método de balanço de energia apresentou bom desempenho com cálculos realizados em períodos de 24 horas, mostrando desvios acentuados com contabilização no período diurno. O método de Penman mostrou bom desempenho quando utilizado para períodos de 24 horas, com subestimativas médias entre -6,0% e -10,5%, mas com superestimativas de +7,2 e +12,4% no período diurno. Os métodos de Priestley-Taylor (1972) e de Penman simplificado mostraram desvios médios pequenos (+2,7 e +5,7%), sendo considerados de bom desempenho. Para os métodos que usaram observações no posto meteorológico, o do tanque Classe ASnyder mostrou os menores desvios médios em Piracicaba (+3,9% a + 4,6%), mas apresentou maiores superestimativas (+14,0% a +14,4%) em Jaboticabal. Outra discrepância entre localidades foi observada para o método de Penmam modificado, com subestimativas entre 5,5 e 14,1% em Piracicaba, mas desvio de +1,0%, em Jaboticabal. O método original de Penman mostrou desvios similares em ambas localidades (-8,9% a 12,3%), enquanto o de Dalton adaptado apresentou desvios de +2,1% a 8,1%, mas com alta dispersão em todos dias de contabilização. Os métodos de Penman simplificado e o de Priestley-Taylor, no caso do lago, e o tanque Classe ASnyder, no caso do posto meteorológico, foram os que no geral apresentaram resultados mais comparáveis com os do tanque de 20 m2, sendo que par ao último deve-se atentar para o desvio sistemático em Jaboticabal.

ASSUNTO(S)

agrometeorologia lake hydrology. mathematical models evaporação vento. tanques agrometeorology lagos modelos matemáticos hidrologia evaporation

Documentos Relacionados