Relações de produção em indústrias criativas: trabalho, consumo cultural e sustentação identitária em editoras infantojuvenis

AUTOR(ES)
FONTE

Cadernos EBAPE.BR

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011-06

RESUMO

Este artigo apresenta resultados de uma pesquisa que objetivou analisar as relações de trabalho em organizações de uma indústria criativa: as editoras voltadas para o público infantojuvenil. As relações de trabalho referem-se a questões organizativas e a relações pessoais com o trabalho. Para tal estudo, foi realizada pesquisa exploratória, com evidências de cunho qualitativo, relativas a seis editoras sediadas nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Os dados foram analisados de forma interpretativa, recorrendo-se à triangulação de evidências, a partir das seguintes fontes: i) entrevistas em profundidade, realizadas com os seis respectivos editores responsáveis; ii) observação direta nas editoras e iii) consultas a sites de comunidades de consumidores ligados aos produtos dessas editoras. Os resultados indicam que as práticas de gestão adotadas envolvem não só flexibilidade organizativa, mas, principalmente, um entendimento ampliado do processo de produção e de consumo do bem cultural (livro), que passa pela integração de editores, autores e consumidores, via formação de comunidades virtuais atuando de forma simbiótica. Nessa relação, as editoras buscam sobrevivência e viabilidade comercial, enquanto os consumidores buscam sustentação identitária - o que os leva a se envolver no processo produtivo sem visar compensação financeira, mas retornos de ordem subjetiva, constituindo força de trabalho não remunerada para as editoras.

ASSUNTO(S)

indústrias criativas editoras relações de trabalho comunidades virtuais teletrabalho

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