Relação entre condições bucais e qualidade de vida em idosos com diferentes niveis de fragilidade / Relationship between oral health conditions and quality of life in elderly with different fragility levels

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Tendo em vista a escassez de trabalhos que avaliem as condições bucais relacionadas à qualidade de vida em idosos com diferentes níveis de fragilidade, os objetivos deste estudo foram: Avaliar as condições de saúde bucal em uma população idosa não institucionalizada que apresentava diferentes graus de fragilidade (capítulo 1); apresentar a prevalência de xerostomia e sua associação com variáveis sócio-demográficas, clínicas e de autopercepção em saúde bucal (capítulo 2); verificar a autopercepção sobre as condições de saúde bucal em idosos, segundo a fragilidade (capítulo 3); verificar o impacto das condições bucais na qualidade de vida em idosos com diferentes níveis de fragilidade (capítulo 4). Este trabalho é parte integrante de um projeto temático e multidisciplinar: “Qualidade de vida em idosos fragilizados: indicadores de saúde e bem estar subjetivo”, realizado em freqüentadores de um ambulatório de geriatria. Foram realizados um exame bucal segundo recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS, 1997) e uma entrevista com questões relativas à: sua autopercepção de saúde bucal, a sensação de boca seca e Geriatric Oral Health Assessment Índex (GOHAI). A avaliação da fragilidade foi feita após a aplicação de 5 critérios clínicos propostos por Fried et al. (2001). Os idosos fragilizados foram divididos em: pré-frágeis e frágeis. A análise dos dados foi realizada através do programa SPSS 17. No capítulo 1(n=67) obtiveram-se como resultados que 61,2% (n=41) dos examinados eram edêntulos; a média de dentes presentes foi de 4,8 (DP=7,5) e o CPOD de 28,8 (DP=5,1), sendo a maior parte do índice composta pelo componente perdido (94,4%). 50,7% (n=34) foram considerados pré-frágeis e 49,3% (n=33), frágeis. Quando as variáveis odontológicas foram comparadas com a condição de fragilidade, todas foram melhores nos indivíduos pré-frágeis. No capítulo 2 (n=150), a prevalência de xerosotmia foi de 68%. Verificou-se que os idosos considerados não brancos apresentaram menos sensação de boca seca (p=0,017/RP=0,68 [IC95%=0,49-0,93]). Dentre os idosos frágeis, quem era analfabeto tinha mais xerostomia (p=0,03/RP=1,31 [IC95%=1,02-1,68]). No capítulo 3 (n=57), para as variáveis clínicas em que a autopercepção foi comparada entre os diferentes níveis de fragilidade, apenas para os que apresentavam necessidade de qualquer tipo de prótese observou- se que os pré-frágeis classificaram sua saúde bucal de forma negativa. No capítulo 4 (n=66), nos indivíduos que obtiveram uma autopercepção da sua saúde bucal negativa, apenas a média de dentes presentes foi menor entre os indivíduos frágeis. Pode-se concluir que, apesar deste grupo de idosos apresentar condições de saúde bucal precárias, com extensas perdas dentárias e alta prevalência de xerostomia, não foi verificada relação entre a condição de fragilidade e autopercepção de saúde bucal. Considera-se que outras condições sistêmicas de maior impacto no cotidiano destes idosos tiveram um peso maior que as condições bucais na sua autopercepção e, para reverter esta realidade, torna-se necessário o direcionamento de programas odontológicos específicos para adultos, voltados para promoção de saúde e controle da cárie e doença periodontal, evitando-se assim a perda dos elementos dentários em idosos, o que consequentemente melhorará sua ualidade de vida.

ASSUNTO(S)

saude bucal xerostomia oral health xerostomy

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