Reformas educacionais em tempos de globalização neoliberal e o desencanto do magistério gaúcho

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

A década de 90 é marcada pelo desencanto e apatia do magistério gaúcho frente às reformas educacionais promovidas, especialmente, durante os dois mandatos do Presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), tendo à frente do Ministério da Educação, Paulo Renato de Souza. O foco principal deste trabalho foi investigar as razões que explicam esta indiferença do magistério do Rio Grande do Sul, que tivera na combatividade uma de suas principais marcas. Este desencanto só pode ser compreendido no bojo das políticas educacionais neoliberais, que procuraram cooptar a escola para legitimar a reestruturação do processo produtivo, imposta pelo capitalismo neoliberal globalizado. A função principal da escola passou a ser a qualificação da mão-de-obra, para um mercado cada vez mais exigente e competitivo e, por isso, excludente. As políticas educacionais implementadas neste período foram exigidas pelos Organismos Internacionais, especialmente pelo BM e pela CEPAL e prontamente acatadas pelo governo brasileiro. O movimento sindical, de intensa atuação durante a década de 80, foi duramente atingido pelas mudanças ocorridas no mundo do trabalho. O capitalismo neoliberal, consensualizado pela grande mídia, que o apontava como única alternativa após o fracasso do socialismo real no leste europeu, fez com que o magistério gaúcho, majoritariamente, internalizasse forte sentimento de impotência. Por outro lado, os professores não participaram na elaboração das políticas educacionais, sendo apenas comunicados das reformas já aprovadas no Congresso Nacional, e sancionadas pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso, e das alterações que elas produziriam no espaço escolar. Ao magistério restava, então, a tarefa de mero executor de reformas já efetivadas. As razões do desencanto também se encontram na forma como ocorreu a transição democrática, e a inserção subalterna do Brasil no mercado mundial globalizado. A derrota e a humilhação imposta ao magistério gaúcho ao final da greve de 1991, logo no início do governo Collares, bem como a pouca familiaridade dos professores no trato das políticas educacionais, também explicam a apatia e o desencanto do magistério. A competição entre as escolas, estimulada e legalizada pela avaliação externa, também foi responsável pela fragmentação da categoria, que se afastou de sua entidade sindical

ASSUNTO(S)

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