Redução nas hospitalizações e atendimentos psiquiátricos de emergência devido a medidas de distanciamento social durante a pandemia de COVID-19

AUTOR(ES)
FONTE

J. bras. psiquiatr.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2021-03

RESUMO

RESUMO Objetivo: Avaliar o impacto das medidas de distanciamento social em hospitalizações e atendimentos psiquiátricos de urgência em uma capital de estado brasileiro. Métodos: Foram avaliadas as internações e atendimentos psiquiátricos de urgência realizados entre 7 de janeiro e 28 de maio de 2020, abrangendo os períodos antes e após o lockdown em razão da pandemia de COVID-19 na cidade de Fortaleza, capital do estado do Ceará, Brasil. Os dados nos dois períodos foram descritos e apresentados em gráficos de séries temporais. Os atendimentos também foram descritos de acordo com as categorias de gravidade. As comparações foram realizadas pelo teste U de Mann-Whitney e o teste de hipóteses para proporções. Resultados: A média diária de internações e de atendimentos diminuiu nos períodos avaliados, de 16,0 para 10,8 (p < 0,001) e de 67,9 para 35,0 (p < 0,001), respectivamente. Tal redução absoluta foi observada em todas as categorias de gravidade. Não foi observada diferença na proporção de atendimentos graves (2,3% vs. 2,8%; p = 0,207). A proporção de casos leves diminuiu de 18,6% para 10,7% (p < 0,001) e a de gravidade intermediária aumentou de 79,1% para 86,5% (p < 0,001). Conclusões: Os resultados mostraram uma diminuição nos atendimentos psiquiátricos de urgência e nas hospitalizações, o que pode levar a impactos severos na ausência em contrapartida de medidas de mitigação pelo sistema de saúde mental local.

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