Reconhecimento de emoções faciais: artigo de revisão

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Psiquiatria

DATA DE PUBLICAÇÃO

2009-06

RESUMO

OBJETIVO: Revisão da literatura de estudos controlados publicados nos últimos 18 anos sobre déficits no reconhecimento de emoções no transtorno bipolar. MÉTODO: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica no Medline, Lilacs, PubMed e ISI, selecionando-se o período de 1990 a junho de 2008. Foram incluídos apenas estudos controlados, que tivessem uma das amostras com mais de 10 participantes, totalizando 32 artigos. RESULTADOS: Bipolares eutímicos apresentaram prejuízo no reconhecimento de nojo e medo. Em mania, mostraram dificuldade para reconhecer medo e tristeza. Transtorno bipolar pediátrico e crianças de risco apresentam dificuldade para reconhecer emoções nos rostos de adultos e de crianças. Bipolares foram mais precisos para reconhecer emoções do que os pacientes esquizofrênicos. DISCUSSÃO: Pacientes com transtorno bipolar apresentam prejuízo no reconhecimento de nojo, medo e tristeza, os quais podem ser apenas em parte atribuídos ao estado de humor. No episódio maníaco, eles têm dificuldade para reconhecer medo e nojo. Entretanto, eles são mais precisos no reconhecimento de emoções do que pacientes deprimidos e esquizofrênicos. Crianças com transtorno bipolar apresentam tendência a julgar expressões faciais extremas como sendo de intensidade leve ou moderada. CONCLUSÃO: Déficits afetivos e cognitivos em bipolares sofrem variações dependendo do estado de humor. Estudos de seguimento, reavaliando pacientes após a remissão dos sintomas, são necessários para investigar se estas anormalidades refletem um estado ou traço da doença e se podem ser consideradas endofenótipos. Estudos futuros devem padronizar tarefas e metodologia.

ASSUNTO(S)

transtorno bipolar expressão facial esquizofrenia depressão emoções manifestadas

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