Rato como modelo animal para avaliação da toxicidade induzida pela exposição crônica a efluentes de curtumes : parâmetros comportamentais e bioquímicos
AUTOR(ES)
Moysés, Felipe dos Santos
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010
RESUMO
O desenvolvimento industrial é um dos principais responsáveis pela contaminação das águas. A indústria do curtume é uma das maiores poluidoras, e seus efluentes possuem elevadas concentrações de substâncias químicas tóxicas, tais como sais de cromo e sulfetos. O tratamento fotoeletroquímico é uma alternativa para o tratamento deste efluente, com intuito de reduzir sua toxicidade. A exposição a poluentes pode estar associada ao aumento de risco de desenvolver doenças degenerativas como a Doença de Alzheimer e Parkinson. Estudos ecotoxicológicos utilizando mamíferos como animais de experimentação são raríssimos, assim os dados de toxicidade de efluentes nesta classe são escassos. Este trabalho teve como objetivo estudar a neurotoxicidade e hepatotoxicidade induzida pela exposição crônica a efluentes de curtume. Ratos Wistar machos foram submetidos ao tratamento crônico a efluentes de curtume (30 ou 45 dias), com ou sem tratamento fotoeletroquímico, adicionados à água de beber. Durante a exposição foram realizados testes em modelos comportamentais de ansiedade (labirinto em cruz elevado, neofagia, teste do campo aberto e transição claro-escuro), depressão (nado forçado) e memória (esquiva inibitória, reconhecimento de objetos e esquiva discriminativa). Após esse período as estruturas cerebrais hipocampo, cerebelo e estriado foram utilizadas avaliar para o dano oxidativo nos ensaios: determinação do conteúdo de radicais livres (DCF), medida de lipoperoxidação (TBARS) e a atividade da enzima superóxido dismutase (SOD). A atividade da enzima acetilcolinesterase (AChE) foi avaliada nas estruturas cerebrais hipocampo e estriado. A hepatotoxicidade foi avaliada através do estado oxidativo celular no fígado através dos ensaios DCF, TBARS e atividade da enzima catalase (CAT) e dos níveis séricos de marcadores de lesões hepáticas: albumina, fosfatase alcalina, alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST). Nossos resultados mostram que a exposição crônica a efluentes de curtumes com ou sem tratamento fotoeletroquímico em ratos, não apresentou alterações nos testes de neurotoxicidade e hepatotoxicidade. Isto sugere que ratos não são bons modelos para estudos ecotoxicológicos com efluentes de curtume. Estudos semelhantes são necessários para determinar a susceptibilidade de diferentes espécies a contaminantes.
ASSUNTO(S)
indústria do couro efluentes industriais toxicidade ratos
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/10183/25191Documentos Relacionados
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