Raiva humana no Brasil: estudo descritivo, 2000-2017

AUTOR(ES)
FONTE

Epidemiol. Serv. Saúde

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/06/2019

RESUMO

Resumo Objetivo: descrever o perfil epidemiológico da raiva humana no Brasil. Métodos: estudo descritivo dos casos de raiva humana notificados em 2000-2017; estimou-se a incidência e distribuição espacial. Resultados: 188 casos humanos observados, na maioria homens (66,5%), residentes rurais (67,0%), menores de 15 anos de idade (49,6%), com exposição mais frequente por mordedura (81,9%); o período 2000-2008 apresentou maior frequência (85,6%), com 46,6% dos casos envolvendo cães e 45,9% morcegos; incubação mediana de 50 dias, seguida de sintomatologia predominante de febre (92,6%), agitação (85,2%), parestesia (66,7%) e disfagia/paralisia (51,9%); a maioria (70,2%) não fez profilaxia, os demais (29,8%) realizaram-na de forma inoportuna e/ou incompleta; 13 pacientes foram tratados pelo Protocolo de Recife e dois sobreviveram. Conclusão: houve redução na incidência de raiva humana e mudança no perfil epidemiológico, predominando casos transmitidos por morcegos; sugere-se investigar casos secundários e viabilizar a profilaxia pré-exposição em populações sob maior risco de acidentes com morcegos.Abstract Objective: to describe the epidemiological profile of human rabies in Brazil. Methods: this is a descriptive study of human rabies cases reported in 2000-2017, with an estimate of incidence and spatial distribution. Results: 188 cases were studied, mostly males (66.5%), rural residents (67.0%), children under 15 years (49.6%), with biting being the most frequent form of exposure (81.9%); frequency was highest in the period 2000-2008 (85.6%), with 46.6% of cases involving dogs and 45.9% bats; median incubation was 50 days, followed by, predominantly, symptoms of fever (92.6%), agitation (85.2%), paresthesia (66.7%), and dysphagia/paralysis (51.9%); the majority (70.2%) did not have prophylaxis and for the rest (29.8%) who did have prophylaxis, it was untimely and/or incomplete; 13 patients were treated according to the Recife Protocol, and two survived. Conclusion: human rabies incidence reduced and its epidemiological profile changed, with predominance of cases transmitted by bats; we suggest that secondary cases be investigated, and that pre-exposure prophylaxis be made available to populations at greater risk of accidents involving bats.

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