Quando os pacientes com hipercalemia devem ser encaminhados para emergência?

AUTOR(ES)
FONTE

Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2023

RESUMO

É recomendado encaminhar para emergência qualquer paciente com:

– potássio sérico acima de 6,5 mEq/L;

– hipercalemia e alterações eletrocardiográficas;

– sintomas sugestivos de hipercalemia, como fraqueza muscular, paralisia flácida, palpitações ou parestesias; pacientes com risco de alterações abruptas nos níveis de potássio.

Situações e condições clínicas que podem cursar com acidose ou perda de função renal podem levar a alterações rápidas nos níveis de potássio. As mais comuns são insuficiência renal crônica estágios 3 a 5, diálise, insuficiência renal aguda, insuficiência adrenal, hiperplasia adrenal congênita perdedora de sal, lesão tecidual por rabdomiólise, queimadura ou trauma extensos, síndrome de lise tumoral, estados hiperosmolares (como a cetoacidose diabética) e intoxicação digitálica.

Além das situações acima, pode ser necessário encaminhamento para emergência de pacientes com hiperpotassemia aguda na impossibilidade de realizar eletrocardiograma na atenção primária de forma urgente. O eletrocardiograma está recomendado para pacientes com potássio maior ou igual a 6,0 mEq/L.

As alterações eletrocardiográficas podem se correlacionar com os níveis de potássio:

– 5,5 a 6,5 mEq/L: ondas T alta e apiculadas;

– 6,5 a 7,5 mEq/L: desaparecimento das ondas P;

– 7,0 a 8,0 mEq/L: alargamento do complexo QRS;

– acima de 8,0 mEq/L: arritmias ventriculares, assistolia.

Pacientes que não necessitam atendimento emergencial poderão ser manejados de acordo com a causa da elevação do potássio. As principais causas de hipercalemia em pacientes não hospitalizados são a incapacidade dos rins em excretar potássio devido à insuficiência renal aguda ou crônica e uso de medicamentos, tais como: diuréticos poupadores de potássio (espironolactona, amilorida, triantereno), inibidores da ECA, antagonistas dos receptores da angiotensina II, anti-inflamatórios não esteroides, trimetoprim, ciclosporina, betabloqueador e penicilina G potássica. Nesses casos, medidas como restrição de potássio da dieta, suspensão ou redução da dose dos medicamentos que podem causar hiperpotassemia e utilização de diuréticos espoliadores de potássio como hidroclorotiazida e furosemida, quando indicado, costumam ser efetivas. A pseudohiperpotassemia deve ser suspeitada especialmente em pacientes sem causa aparente e assintomáticos. Ocorre devido à hemólise por coleta traumática da amostra, exercício físico intenso antecedendo a dosagem ou coleta de sangue na mesma veia em que está sendo infundido soro com potássio. Nesses casos, deve-se repetir a dosagem de potássio em uma nova amostra.

1. Barros E, Albuquerque GC, Xavier RM (Org.). Laboratório na prática clínica: consulta rápida. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.

2. Dynamed. Hyperkalemia [Internet]. Ipswich (MA): EBSCO Publishing, 2016. Disponível em:

3. Hollander-Rodriguez JC, Calvert JF. Hyperkalemia. Am Fam Physician 2005;73(2):283-90. [acesso em 04 de jul de 2018]. Disponível em: 

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ASSUNTO(S)

apoio ao tratamento médico t91 deficiência vitamínica / nutricional desequilíbrio hidroeletrolítico hiperpotassemia

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