Qualidade do sono e fadiga em idosos sob tratamento quimioterápico ambulatorial / Quality of sleep and fatigue in the elderly undergoing chemotherapy

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

11/07/2011

RESUMO

Introdução: O envelhecimento traz consigo maior probabilidade de ocorrência de doenças crônicas, entre elas o câncer. Uma importante conseqüência do câncer é a má qualidade do sono, que também é mais freqüente em idosos. Objetivos: Avaliar a relação entre qualidade do sono e fadiga em idosos com diagnóstico de câncer, sob tratamento quimioterápico ambulatorial; identificar a associação entre qualidade do sono e variáveis sócio-demográficas e clínicas. Sujeitos e Métodos: Estudo descritivo, transversal, com amostra não probabilística de 140 idosos (idade média 69,8 anos DP = 6,8; 52,1% eram mulheres; 4,0 anos de estudo em média) desenvolvido em dois serviços especializados de um hospital universitário do interior do estado de São Paulo. Os dados foram coletados por entrevista e consulta aos prontuários, empregando-se os instrumentos: Questionário de Caracterização Sóciodemográfica e Clínica, Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI) e Escala de Fadiga de Piper-revisada. Os instrumentos demonstraram consistência interna adequada (coeficiente alfa de Cronbach de 0,71 para o PSQI e de 0,98 para a Escala de Piper), validados no Brasil. As variáveis numéricas apresentavam distribuição diferente da normal (teste de Kolmogorov-Smirnov). Análise: Estatística descritiva; teste do Qui-quadrado para verificar associação entre as categorias de qualidade do sono (boa ou má) e características sócio-demográficas e clínicas; teste de Mann- Whitney para comparar a distribuição das variáveis numéricas em relação às categorias de qualidade do sono, e a distribuição dos escores de qualidade do sono em relação às categorias de variáveis sócio-demográficas e clínicas. Ajustou-se um modelo de regressão logística univariada para avaliar possíveis fatores de risco associados à qualidade do sono (p ? 0,20 na análise bivariada). O valor de p<0,05 (?=5,0%) foi adotado como nível crítico para todos os testes. Resultados: Observou-se que 62,9% dos idosos apresentavam sono de má qualidade e 37,1%, sono de boa qualidade, de acordo com o PSQI. O escore global médio nesse instrumento foi de 7,7 (DP=4,0), mediana de 7,0, indicativo de sono de má qualidade. Observou-se que 30,7% dos idosos referiam sono noturno de duração inferior a seis horas. Quanto à fadiga, foi relatada por 42,9% dos idosos, sendo o escore mais elevado atribuído à Dimensão Afetiva (média 3,7, desvio padrão 4,3, mediana 0,0). Encontrou-se associação significativa entre má qualidade do sono e: presença de fadiga (p=0,03) e ocorrência de dor (p=0,00). Os idosos com sono de má qualidade referiram dor de maior intensidade (p=0,00) e obtiveram escores significativamente mais elevados (p<0,05) nas dimensões Comportamental e Sensorial/psicológica da escala de fadiga, em relação àqueles com sono de boa qualidade. A análise de regressão logística múltipla revelou que, conforme a intensidade da dor aumenta em um ponto na escala de dor, há um acréscimo de 21% na probabilidade de apresentar sono de má qualidade. Conclusões: Este estudo aponta para a associação entre fadiga, dor e sono de má qualidade em pacientes com câncer, destacando a necessidade de avaliar os mesmos e tratá-los em conjunto, e não isoladamente. Este projeto integra-se à Linha de Pesquisa Processo de Cuidar em Saúde e Enfermagem

ASSUNTO(S)

fadiga sono cancer idosos enfermagem fatigue sleep cancer elderly nursing

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