Qualidade do ar interno e saúde em escolas

AUTOR(ES)
FONTE

J. bras. pneumol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-06

RESUMO

Objetivo: Determinar se há uma associação entre a qualidade do ar interno em escolas e a prevalência de patologias alérgicas e respiratórias nas crianças que as frequentam. Métodos: Foram avaliados 1.019 alunos de 51 escolas de ensino básico na cidade de Coimbra, Portugal. A avaliação foi realizada através de um questionário com questões referentes a características demográficas, sociais e comportamentais dos alunos, assim como presença de hábitos tabágicos na família. Foi ainda avaliada a qualidade do ar interno nas escolas. Resultados: Foram identificadas concentrações médias de dióxido de carbono (CO2) no interior das salas de aula acima da concentração máxima de referência, principalmente no período de outono/inverno, chegando a valores de 1.942 ppm, o que implica elevado risco potencial para a saúde das crianças. Os sintomas/patologias respiratórias mais prevalentes nas crianças foram crises de espirros, rinite alérgica, estertores/sibilos e asma. Outros sinais e sintomas verificados foram falta de concentração, tosse, dores de cabeça e irritação das mucosas. A falta de concentração das crianças foi associada ao ar interno das salas de aula com valores acima do máximo recomendado para CO2 (p = 0,002). Não houve outras associações significativas. Conclusões: A maioria das escolas estudadas apresentava razoável qualidade do ar e conforto térmico, embora a concentração de vários poluentes, sobretudo CO2, sugere a necessidade de intervenções corretivas, como redução de fontes emissoras de poluentes e melhorias da ventilação. Houve uma associação estatisticamente significativa entre a falta de concentração nas crianças e exposição a valores elevados de CO2. O baixo nível de poluição na cidade de Coimbra pode explicar a falta de outras associações significativas.

ASSUNTO(S)

poluição do ar em ambientes fechados bem-estar da criança sinais e sintomas respiratórios

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