Quais são os cuidados que a equipe da APS pode realizar a pacientes acamados em risco de desenvolver úlceras por pressão?

AUTOR(ES)
FONTE

Núcleo de Telessaúde Sergipe

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2023

RESUMO

Nos cuidados a pacientes acamados em risco de desenvolver úlceras por pressão, a avaliação da pele e as medidas preventivas podem ser utilizadas de maneira universal. A manutenção da integridade da pele dos pacientes acamados tem por base o conhecimento e a aplicação de medidas de cuidado relativamente simples (

).

1.Inspecionar a pele quanto a áreas de eritema em indivíduos que foram identificados como estando em risco de desenvolver úlceras por pressão. 

2.A avaliação contínua da pele é essencial para a detecção precoce de danos causados por pressão, especialmente sobre proeminências ósseas. Diferenciar a causa e o grau de eritema.

3.Diferenciar se o eritema da pele é branqueável ou não branqueável. Utilizar o dedo ou o método do disco para avaliar se a pele é branqueável ou não branqueável.

1. Utilizar uma inclinação de 30° para posições laterais (alternadamente para o lado direito, para o lado dorsal e para o lado esquerdo) ou para a posição de pronação se o indivíduo assim o tolerar e a condição clínica o permitir.

1.1. Incentivar os indivíduos capazes de se reposicionar a dormirem deitados de lado entre 30° a 40° ou na horizontal se tal não for contraindicado.

1.2. Evitar posturas deitadas que aumentem a pressão, tais como estar deitado de lado a 90° ou estar semi-reclinado.

2. No caso de um indivíduo em repouso no leito, limitar a elevação da cabeceira da cama a 30° salvo contraindicação devido à condição clínica ou a aspectos digestivos e relacionados com a alimentação.

2.1. Elevar a cabeceira da cama pode ser clinicamente necessário para facilitar a respiração e/ou prevenir a aspiração e a pneumonia associada à ventilação mecânica. Nestes casos, a posição semi-Fowler é a mais aconselhada. Os indivíduos devem ser posicionados e apoiados de forma a evitar que deslizem na cama e criem forças de cisalhamento.

2.2.  No caso de ser necessário estarem sentados na cama, evitar elevar a cabeceira e evitar posições incorretas que centrem a pressão e o cisalhamento ao nível do sacro e do cóccix.

1.Sempre que possível, evitar posicionar o indivíduo numa superfície corporal que esteja ruborizada.

O eritema indica que o corpo ainda não recuperou da pressão anterior e exige um intervalo de tempo maior entre pressões repetidas.

2. Manter a pele limpa e seca.

2.1. Utilizar um produto de limpeza da pele com um pH equilibrado.

3. Não massajar nem esfregar vigorosamente a pele que esteja em risco das úlceras por pressão.

Além de ser doloroso, esfregar a pele pode também provocar uma ligeira destruição tecidular ou uma reação inflamatória, especialmente na pele mais frágil dos idosos.

4. Desenvolver e implementar um plano individualizado de tratamento da incontinência.

4.1. Limpar a pele imediatamente após os episódios de incontinência.

5. Proteger a pele da exposição à umidade excessiva através do uso de produtos barreira de forma a reduzir o risco de danos de pressão.

É importante referir que os danos na pele resultantes da umidade não são uma úlcera por pressão, mas que a presença desses danos pode aumentar o risco de desenvolvimento das úlceras por pressão.

6. Considerar a utilização de emolientes para hidratar a pele seca, a fim de reduzir o risco de dano da pele.

6.1. Não utilizar sulfóxido de dimetilo (DMSO) sob a forma de creme para prevenir úlceras por pressão.

Atenção: Os cremes de DMSO não estão aprovados para uso em seres humanos nos Estados Unidos, mas, por vezes, são utilizados topicamente em outros países.

A família e/ou cuidadores devem ser orientados a ter uma participação ativa no processo de recuperação da pessoa. É necessário que conheçam o que é uma perda definitiva de uma capacidade e as que apresentam possibilidades de serem recuperadas (orientação familiar) (3).

1.Tratado de medicina da família e comunidade : princípios, formação e prática / Organizadores, Gustavo Gusso, José Mauro Ceratti Lopes. In: cap: 216- Acidente isquêmico transitório e acidente vascular cerebral. Página 1879-1886.Porto Alegre : Artmed, 2012.

2. Ministério da Saúde/ Anvisa/ Fiocruz. Protocolo para prevenção de úlcera por pressão .Disponível em:

3. National Pressure Ulcer Advisory Panel, European Pressure Ulcer Advisory Panel and Pan Pacific Pressure Injury Alliance. Prevention and Treatment of Pressure Ulcers: Quick Reference Guide. Emily Haesler (Ed.). Cambridge Media: Osborne Park, Australia; 2014. Disponivel em:

ASSUNTO(S)

enfermeiro n28 limitação funcional/incapacidade s87 dermatite/eczema atópico lesão por pressão c - relatos de casos estudos não controlados

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