Quais os efeitos do uso de amantadina ou rimantadina na prevenção e no tratamento de infecções causadas pelo vírus influenza em adultos saudáveis?
AUTOR(ES)
Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul
FONTE
Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul
DATA DE PUBLICAÇÃO
12/06/2023
RESUMO
01 Casos influenza
11
4645
Relative Risk (Random) 95% CI
0.39 [0.24, 0.65]
02 Infecções como influenza (ILI cases)
15
17496
Relative Risk (Random) 95% CI
0.75 [0.64, 0.87]
01 Casos influenza
3
688
Relative Risk (Random) 95% CI
0.28 [0.08, 1.08]
02 ILI cases
3
688
Relative Risk (Random) 95% CI
0.65 [0.35, 1.20]
01 Influenza
2
455
Relative Risk (Random) 95% CI
0.89 [0.48, 1.65]
02 ILI cases
2
455
Relative Risk (Random) 95% CI
0.88 [0.57, 1.35]
01 Duração da febre (37 graus celsius ou mais) em dias
10
542
Weighted Mean Difference(diferença ponderada das médias) (Random) 95% CI
-0.99 [-1.26, -0.71]
01 Duração da febre (37 graus celsius ou mais) em dias
3
82
Weighted Mean Difference (Random) 95% CI
-1.24 [-1.71, -0.76]
02 Casos com febre em 48 horas
4
122
Relative Risk (Random) 95% CI
0.16 [0.05, 0.53]
01 Duração da febre (37 graus celsius ou mais) em dias
1
40
Weighted Mean Difference (Random) 95% CI
0.20 [-0.56, 0.96]
Tanto a amantadina quanto a rimantadina são eficazes no tratamento e na prevenção de influenza A e, em menor grau, nas “infecções tipo influenza” (sem confirmação laboratorial do tipo viral, mas com diagnóstico clínico de influenza). Efeitos adversos envolvendo o SNC e o número de abandono do uso na prevenção foram maiores com amantadina. Não houve diminuição do período de transmissão nem no número de infecções assintomáticas. O efeito profilático com a amantadina não foi influenciado pelo estado vacinal prévio. As drogas estudadas devem ser utilizadas somente em último caso e em situação de emergência.
A importância dessa revisão sistemática (1) para o trabalho em Atenção Primária (APS) é demonstrar que, para o tratamento, essas duas drogas só devem ser utilizadas em caso de inefetividade dos medicamentos sintomáticos (mais baratos e amplamente disponíveis na APS) em situações de sofrimento muito intenso. Evidencia também que seu uso profilático, especialmente diante dos riscos epidêmicos que preocupam a população mundial, devem ser acompanhados da orientação de usarem-se medidas de proteção contra a transmissão. A redução de incidência da gripe não é acompanhada por redução da presença virótica em vias aéreas, o que poderia amplia a disseminação da doença se apenas fossem prescritas as medicações.
A amantadina preveniu 25% dos casos de doença “tipo influenza” (diagnóstico clínico) e 61% dos casos de influenza A (comprovados laboratorialmente) (95% IC 13-36% e 35-76%, respectivamente). A amantadina reduziu a duração da febre em 1 dia (95% IC 0,7-1,2) e a rimantadina também (95% IC 0,76-1,71). Não houve alteração na presença de vírus na secreção nasal nos casos sintomáticos com uso das duas drogas versus placebo . Não houve diferenças quanto ao estado vacinal prévio (RR 0,45; IC 95% 0,28-0,74 e RR 0,10; 95% IC 0,03-0,34). Os estudos envolvendo a rimantadina contra placebo foram menos numerosos e menores sendo o efeito com esta droga somente evidenciado na profilaxia após tratamento estatístico não explicitado na revisão, o que sugere que a rimantadina provavelmente é menos eficaz, embora seja mais segura na profilaxia (ver quadro abaixo). Comparando-se a amantadina com a rimantadina, não houve diferença na eficácia (RR 0,88; 95% IC 0,57-1,35).
Quanto aos efeitos adversos, a amantadina apresentou, comparada com placebo para profilaxia, mais efeitos gastrointestinais (principalmente náusea, OR 2,56; 95% IC 1,37-4,79), insônia e alucinações (OR 2,54; 95% IC 1,5-4,3) e abandono do estudo devido a efeitos adversos (2,54; 95% IC 1,60- 4,06). A rimantadina também apresentou mais efeitos colaterais do que o placebo (OR 1,96; 95% IC 1,19-3,22). Entretanto, não há relato de sintomas adversos relacionados ao SNC e os abandonos foram semelhantes nos dois grupos, nos estudos que avaliaram tratamento. A comparação direta entre as duas drogas confirmou um maior número de eventos adversos no SNC e abandonos com amantadina (OR 3,11; 95% IC 1,67-5,78 e OR 2,49; 95% IC 1,26-4,93, respectivamente). Não houve aumento de efeitos adversos da amantadina nos estudos de tratamento, mas são poucos estudos. O mesmo ocorreu para a rimantadina versus placebo e versus amantadina.
Os efeitos da amantandina oral ou inalada na disseminação do vírus influenza não foram significantes (RR 0,93; 95% IC 0,71-1,21). O uso de medicação sintomática obteve o mesmo resultado que a amantadina em redução dos dias de febre (WMD 0,25, 95% CI -0,37 a 0,87) em dois estudos.
ASSUNTO(S)
apoio ao tratamento médico r80 gripe amantadina influenza humana rimantadina 1a – estudos de revisão sistemática / ou estudos ensaios clínicos randomizados (ecr)
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