Quais orientações o ACS pode passar aos pacientes com diabetes e que possuem ressecamento da pele?

AUTOR(ES)
FONTE

Núcleo de Telessaúde Mato Grosso do Sul

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2023

RESUMO

As seguintes orientações podem ser passadas ao paciente:(1,2)

-Manter a higiene local

-Orientar quanto à hidratação oral: beber bastante água.

-Orientar quanto ao uso de creme ou óleos hidratantes após o banho para evitar a desidratação e o ressecamento, porém, evite usá-los entre os dedos.

-Orientar quanto à vigilância sobre o aparecimento de fissuras (rachaduras), feridas e quaisquer outras anormalidades, principalmente na pele dos pés. Caso aconteça, orientar o paciente a procurar atendimento médico.

A pele seca é provocada frequentemente pela neuropatia diabética (doença que atinge os nervos periféricos) e, por comprometer a elasticidade natural da pele, predispõe às fissuras (rachaduras) e às ulcerações. As orientações de autocuidado quanto às regiões de pele seca no corpo do paciente diabético iniciam-se com a prevenção das feridas. O paciente deve realizar inspeção cuidadosa e cotidiana das áreas, principalmente de seus pés, verificando se há qualquer anormalidade. Mesmo os simples calos devem ser considerados

.

A pele seca e descamativa é habitada por microbiota bacteriana alterada. Por isso, a higiene local é importante, embora pode ser negligenciada com frequência pelo paciente por motivos que incluem as próprias limitações decorrentes do diabetes, como deficiência visual e obesidade

. A higienização deve ser adequada e os demais cuidados, como usar óleos ou hidratantes, devem ser considerados

. Cabe, então, ao Agente Comunitário de Saúde (ACS) orientá-lo quanto a esses pontos.

As alterações mais frequentes no pé diabético são pele seca (conhecida como xerodermia), formação de calos e traumas com risco de infecção. Quando a úlcera já está instalada, a cicatrização é o principal objetivo, de modo que, após avaliação médica, o paciente deve realizar a troca do curativo diariamente em casa, voltando à unidade de saúde para o acompanhamento

.

É muito relevante que a equipe de saúde elabore ações educativas focadas no autocuidado com o diabetes. Ao ACS, cabe a prática de estimular os pacientes quanto às atividades de autocuidado por meio de demonstrações durante suas visitas. Seria interessante que a equipe da Unidade de Saúde oferecesse uma instrução básica de como identificar áreas corporais com alterações dermatológicas susceptíveis à formação de feridas e úlceras para que os mesmos possam instruir pacientes e familiares durante suas visitas, sempre considerando a situação socioeconômica, escolaridade de cada paciente, bem como a dificuldade de acesso a materiais de uso individual

.

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual do pé diabético: estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica. Brasília – DF. (Acesso em Setembro de 2021). 2016:62p.: il. Disponível em:  

2. Sociedade Brasileira de Dermatologia. Regional Rio de Janeiro. A pele do diabético merece atenção. Disponível em:

3. Minelli L, Nonino AB, Salmazo JC, Neme J, Marcondes M. Diabetes mellitus e afecções cutâneas. An Bras Dermatol. 2003;78(6):735-747. Disponível em:

4. Libarino GN. Autocuidado em indivíduos diabéticos: o pé diabético. Revista Saúde em Foco. 2020;7(2):3-24. Disponível em:

ASSUNTO(S)

promoção da saúde agente comunitário de saúde s45 educação em saúde / aconselhamento/dieta agentes comunitários de saúde complicações do diabetes dermatopatias

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