Purificar o território: a luta anti-imigratória como laboratório securitário (1968-1974)

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Direito Práx.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2018-06

RESUMO

Resumo A institucionalização moderna da xenofobia começa com o Estado-nação e seu princípio de discriminação pelo lugar de nascimento. O estrangeiro é no Estado-nação, por princípio, banido de direito e superexplorado de fato, ele é vigiado e submetido estruturalmente aos princípios de exceção. Toda forma de nacionalismo, assim, trata o estrangeiro como um suspeito por natureza. Nós podemos, portanto, estudar os mecanismos que determinam os períodos em que o Estado implementa uma luta sistemática contra os estrangeiros. Geralmente, nós explicamos esses fenômenos com base nas variáveis econômicas. Confrontado com o aumento do desemprego e com a baixa do crescimento, o Estado buscará favorecer o emprego dos nacionais. A “preferência pelo nacional”, deste ponto de vista, se revela como sendo menos uma reivindicação da extrema direita do que um princípio que dirige todo o direito desde o fim do antigo regime. É preciso admitir, entretanto, que a economia capitalista depende continuamente da manutenção de um subproletariado precarizado, ao qual o Estado nega a igualdade e que, no entanto, deve ser reproduzido para assegurar a realização das tarefas mais desprezadas. Como compreender, nesse quadro, a ofensiva anti-imigratória do começo dos anos 1970 que iniciou o período no qual ainda vivemos, em que o imigrante pós-colonial se caracteriza por um tipo de bode expiatório transversal?

ASSUNTO(S)

migrações nacionalismo polícia pós-colonial securitário xenofobia frança sociologia

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