Protagonismo dos Estudantes de Medicina no Uso do Facebook na Graduação

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. educ. med.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2019-03

RESUMO

RESUMO Esta pesquisa analisou o uso do Facebook e as noções de conhecimento ético em rede por estudantes da graduação de Medicina. Trata-se de estudo transversal descritivo, realizado de agosto a dezembro de 2015, com questionário estruturado impresso autoaplicado a alunos de Medicina procedentes de instituição pública de Curitiba (PR). A amostra foi composta por 310 acadêmicos, com maior frequência feminina (58,1%; p = 0,005) e média de 23,3 anos de idade. O Facebook foi usado de modo espontâneo e informal para fins educacionais três vezes na semana por 68 (21,9%) alunos e diariamente por 188 alunos (60%; p < 0,0001). As ferramentas empregadas foram documentos (84,2%; p < 0,0001), mural (55%), bate-papo (50%) e eventos (49%). Essas aplicações foram usadas para verificar avisos com representantes, atualizar cronograma, resolver exercícios, tirar dúvidas com professores e colegas, fazer trabalho on-line. Os estudantes perceberam como vantagens o compartilhamento de informações, interação entre pessoas, facilidade e rapidez, e formação de grupos. As desvantagens alegadas foram falta de privacidade (34,5%), distração e perda de foco (19,7%), questões éticas (11%), dificuldade de inclusão digital (4,2%), disponibilidade de tempo dos professores (3,5%), vício e dependência da internet (1,6%) e conteúdos duvidosos (1,3%). Fotos ou filmes de pacientes foram postados em mídias sociais por 13,1% dos estudantes. Apenas 2% do total de acadêmicos conheciam as normas éticas para sites de medicina e saúde na internet. O uso do Facebook, criado e administrado pelos estudantes com base em suas necessidades, interesses e desejos, extrapolou a simples incorporação de uma rede social. Permitiu criar um espaço de comunicação, interação, partilha e colaboração que promoveu aprendizagem. Entretanto, políticas educacionais para o ambiente virtual podem melhorar a integração entre professores e alunos, e promover o uso pedagógico mais reflexivo, criterioso e profundo. Para uso sistematizado da internet e suas redes nesse curso, poderiam ser propostos investimentos financeiros, treinamento docente e discente, e estabelecimento de regras para uso mais seguro e responsável. Nesta amostra de estudantes, o Facebook foi utilizado para a organização acadêmica e do aprendizado de forma complementar ao ensino presencial. Contudo, são necessárias estratégias educativas de maior abrangência, com normas éticas e profissionais acerca de mídias digitais.ABSTRACT This study analyzed the use of Facebook and notions of ethical networking knowledge by undergraduate medical students. A descriptive cross-sectional study was carried out from August to December 2015 with a structured self-administered questionnaire using medical students from a public institution in Curitiba (PR). The sample was composed of 310 academics, with a higher female participation (58.1%, p = 0.005) and a mean age of 23.3 years. Facebook was used spontaneously and informally for educational purposes three times a week for 68 (21.9%) students and daily for 188 students (60%, p < 0.0001). The tools used were documents (84.2%, p < 0.0001), timeline (55%), chat (50%) and events (49%). These applications were used to verify warnings with representatives, to update schedules, to solve exercises, to do work online and / or to discuss doubts with teachers and classmates regarding their undergraduate degree. Students recognized advantages in sharing information, interaction among people, ease of use, speed and formation of teams. Lack of privacy (34.5%), distraction and loss of focus (19.7%), ethical issues (11%), digital inclusion difficulty (4.2%), 3.5%), internet addiction and dependence (1.6%) and dubious content (1.3%) were percieved as disadvantages. Patient pictures or films were posted on social media by 13.1% of the students. Only 2% of the academics were aware of ethical standards for medical and health web sites. The use of Facebook, created and administered by students, based on their needs, interests and desires, extrapolated the simple incorporation of a social network. It allowed for the creation of a space for communication, interaction, sharing and collaboration that promoted learning. Educational policies for the virtual environment can improve a more reflective, judicious and profound pedagogical use and integration between teachers and students. For the systematized use of the Internet and its networks in this course, proposals could be made for financial investments, teacher and student training, and the establishment of rules for safer and responsible use of the internet. In this sample of students, Facebook was used for academic organization and learning, in a way that complements classroom teaching. Educational strategies with a broader scope of professional ethical standards about digital media are necessary.

Documentos Relacionados