Propriedades microbiológicas e bioquímicas do ciclo do carbono em solo sob diferentes coberturas vegetais
AUTOR(ES)
Marina Yumi Horta Miyauchi
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007
RESUMO
Os distúrbios causados pela interferência humana no ambiente demandam atenção quanto a alterações nas propriedades químicas, físicas, microbiológicas e bioquímicas do solo, as quais podem ser usadas como indicadoras de sustentabilidade de um determinado ecossistema terrestre. O objetivo desse trabalho foi avaliar algumas propriedades microbiológicas e bioquímicas relacionadas ao ciclo do carbono em solo sob quatro diferentes coberturas vegetais (vegetação nativa - NAT, área reflorestada com araucária - AR, área reflorestada com pinus - PI e área agrícola com culturas anuais - AGR) no município de Irati-PR. Amostras compostas (0-10 cm) foram obtidas de oito transectos representativos de cada cobertura vegetal. As análises realizadas foram baseadas em métodos de cultivo microbiano (Bactérias heterotróficas, fungos cultiváveis, grupos funcionais de microrganismos amilolíticos e celulolíticos), atividade e metabolismo microbiano (respirometria, biomassa microbiana de carbono, relação C/N da biomassa microbiana e coeficiente metabólico), atividades enzimáticas (amilase, celulase e desidrogenase), argila dispersa em água e variáveis denominadas explicativas, as quais têm influências sobre as variáveis anteriores (carbono orgânico total, carboidratos solúveis em água quente, umidade do solo e pH). Os diferentes usos e coberturas vegetais alteraram as características bioquímicas e microbiológicas relacionadas ao ciclo do carbono no solo. A área AGR apresentou as maiores alterações, seguida do reflorestamento com a espécie exótica PI, enquanto que a área reflorestada com espécie nativa AR apresentou maior semelhança com a floresta nativa (NAT). Houve maior ocorrência de microrganismos cultiváveis em AGR, embora tivesse apresentado a menor biomassa microbiana de C e desprendimento de CO2. Isso sugere que a maior ocorrência destes microrganismos em AGR foi resultante de uma seleção que os favoreceu em decorrência da menor diversidade e da menor competição microbiana. O teor de carbono total foi maior em NAT, assim como a biomassa microbiana de C e o desprendimento de CO2, o que reforça a importância da matéria orgânica na comunidade microbiana. O qCO2 não apresentou diferenças significativas entre as áreas, mas houve uma tendência a ser maior em AGR. Celulase e amilase demonstraram tendência contrária à dos grupos funcionais, com maior atividade nas áreas florestais, principalmente PI. A análise canônica correspondente indicou que o carbono orgânico e a umidade foram os fatores que mais influenciaram as atividades de celulase e amilase. A análise de componentes principais indicou maiores semelhanças entre NAT e AR, enquanto AGR se diferenciou das áreas sob floresta nativa ou reflorestada. Os resultados indicam que o reflorestamento com espécie nativa tende a tornar os atributos relacionados ao ciclo do C no solo mais semelhantes à área nativa do que quando se usa uma espécie exótica.
ASSUNTO(S)
reflorestamento pinheiro-do-paraná plantas - efeito do carbono parana pine reforestation plants - effect of carbon
ACESSO AO ARTIGO
http://189.90.64.145/document/?code=vtls000128853Documentos Relacionados
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