Produção e caracterização de hidrolisado protéico provenientes de resíduos de tilápia ( Oreochromis niloticus)

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Com a intensificação da piscicultura no Brasil, o cultivo de tilápia tem sido expressivo, principalmente nas regiões Nordeste e Sudeste. A instalação de unidades de processamento de filé foi impulsionada pelo crescimento das exportações deste produto de alto valor comercial, que pode render mais de 30% do peso do animal. O restante é considerado resíduo sem valor comercial (resquícios de carne, cabeça, pele, ossos, escamas e vísceras) que, ao serem descartados sem tratamento, representam grave problema ambiental. Entretanto, carcaça é um material rico em proteína enquanto que as vísceras são fontes de enzimas digestivas, entre elas as proteases, que podem ser utilizadas na indústria de alimentos e na produção de hidrolisado protéico. Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi produzir e caracterizar hidrolisado protéico de peixe a partir de autólise enzimática, bem como comparar seu desempenho com uma enzima comercial. Para tanto, foram utilizadas as seguintes fontes de enzimas: extratos brutos de intestino com concentrações de 100 e 600 mg/mL e um extrato com alcalase comercial a 0,5%. Todos os extratos tiveram suas atividades proteolíticas e concentrações protéicas determinadas. Posteriormente produziram-se três hidrolisados protéicos de peixe (n = 3), dois por autólise (HPP100 e 600) enzimática e outro com alcalase (HPPcom). O grau de hidrólise (GH) foi calculado com base na concentração de peptídeos TCA solúveis e ao final de 4 horas o GH do HPP600 foi de 61,82%, do HPPcom de 44,66% e do HPP100 de 28,40%. Uma alíquota do último tempo de hidrólise de cada hidrolisado foi aplicada em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE) e os pesos moleculares observados foram estimados entre 116,25 e 37,41 KDa. As atividades enzimáticas foram comprovadas mediante zimograma. A composição centesimal revelou que a carcaça da tilápia possui 423,60 g/kg de proteína bruta e os HPPcom, 100, e 600 possuem 584,80; 407,00 e 508,20 g/kg, respectivamente. A composição de aminoácidos, assim como o perfil de ácidos graxos essenciais, evidenciaram suprir os requerimentos nutricionais de camarões carnívoros e onívoros na fase juvenil. Os dados obtidos demonstram que as proteases atuaram nas hidrólises e os HPP produzidos por autólise possuem características compatíveis para ser empregada na produção de alimentos para organismos aquáticos.

ASSUNTO(S)

hidrolisado protéico de peixe fish protein hydrolysate resíduo de pescado aquicultura fish processing waste oreochromis niloticus tilápia recursos pesqueiros e engenharia de pesca proteases

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