Prevalência e evitabilidade de eventos adversos cirúrgicos em hospital de ensino do Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Latino-Am. Enfermagem

DATA DE PUBLICAÇÃO

07/10/2019

RESUMO

Objetivo estimar a prevalência e evitabilidade de eventos adversos cirúrgicos em hospital de ensino e classificar os eventos segundo o tipo de incidente e grau do dano. Método estudo transversal e retrospectivo realizado em duas fases. Na fase I, enfermeiros realizaram revisão retrospectiva em amostra aleatória simples de 192 prontuários de pacientes adultos, utilizando o formulário do Canadian Adverse Events Study para rastreamento de casos. A fase II objetivou a confirmação do evento adverso por comitê de especialistas composto por médico e enfermeiros. Os dados foram analisados por estatística descritiva univariada. Resultados a prevalência de eventos adversos cirúrgicos foi de 21,8%; em 52,4% dos casos, a detecção ocorreu no retorno ambulatorial. Dos 60 casos analisados, 90% (n=54) eram evitáveis e mais de dois terços resultaram em danos leves a moderados. Falhas técnicas cirúrgicas contribuíram em, aproximadamente, 40% dos casos. Houve prevalência da categoria infecção associada à atenção à saúde (50%;n=30). Destacaram-se os eventos adversos relacionados à infecção de sítio cirúrgico (30%;n=18), deiscência de sutura (16,7%;n=10) e hematoma/seroma (15%;n=9). Conclusão a prevalência e evitabilidade dos eventos adversos cirúrgicos são desafios a serem enfrentados pela gestão hospitalar. Objective to estimate the prevalence and avoidability of surgical adverse events in a teaching hospital and to classify the events according to the type of incident and degree of damage. Method cross-sectional retrospective study carried out in two phases. In phase I, nurses performed a retrospective review on a simple randomized sample of 192 records of adult patients using the Canadian Adverse Events Study form for case tracking. Phase II aimed at confirming the adverse event by an expert committee composed of physicians and nurses. Data were analyzed by univariate descriptive statistics. Results the prevalence of surgical adverse events was 21.8%. In 52.4% of the cases, detection occurred on outpatient return. Of the 60 cases analyzed, 90% (n = 54) were preventable and more than two thirds resulted in mild to moderate damage. Surgical technical failures contributed in approximately 40% of the cases. There was a prevalence of the infection category associated with health care (50%, n = 30). Adverse events were mostly related to surgical site infection (30%, n = 18), suture dehiscence (16.7%, n = 10) and hematoma/seroma (15%, n = 9). Conclusion the prevalence and avoidability of surgical adverse events are challenges faced by hospital management.

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