Prevalência do vírus da hepatite C na população carcerária do Brasil: revisão sistemática
AUTOR(ES)
Magri, Mariana Cavalheiro, Ibrahim, Karim Yaqub, Pinto, Walkyria Pereira, França, Francisco Oscar de Siqueira, Bernardo, Wanderley Marques, Tengan, Fátima Mitiko
FONTE
Rev. Saúde Pública
DATA DE PUBLICAÇÃO
31/07/2015
RESUMO
RESUMOOBJETIVO Estimar prevalência de infecção pelo vírus da hepatite C entre a população carcerária no Brasil.MÉTODOS Revisão sistemática sobre infecção pelo vírus da hepatite C em populações carcerárias. Foram avaliados estudos brasileiros publicados a partir de 1 de janeiro de 1989 até 20 de fevereiro de 2014. A qualidade metodológica dos estudos foi avaliada utilizando-se escala de zero a oito pontos.RESULTADOS Onze estudos elegíveis foram analisados, os quais forneceram dados sobre a infecção pelo vírus da hepatite C de 4.375 detentos de sete estados do Brasil, com classificação em média de qualidade de 7,4. A prevalência de infecção pelo vírus da hepatite C na população carcerária brasileira foi 13,6%, (variando de 1,0% a 41,0%, dependendo do estudo). As chances de os indivíduos serem soropositivos para o vírus da hepatite C nos estados de Minas Gerais, Sergipe, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Goiás e Espírito Santo foram 84,0% (IC95% 0,06;0,45), 92,0% (IC95% 0,04;0,13), 88,0% (IC95% 0,09;0,18), 74% (IC95% 0,16;0,42), 84,0% (IC95% 0,08;0,31) e 89,0% (IC95% 0,01;0,05), respectivamente, inferiores àquela observada no estado de São Paulo (soroprevalência de 29,3%). Os quatro estudos realizados na cidade de São Paulo mostraram menor prevalência em estudos mais recentes em comparação aos mais antigos.CONCLUSÕES A maior prevalência de infecção pelo vírus da hepatite C em população carcerária do Brasil foi encontrada em São Paulo, o que pode refletir a diversidade urbana do País. Apesar de os estudos brasileiros apresentarem boa qualidade metodológica para avaliação da prevalência do vírus da hepatite C, são escassos e faltam dados sobre fatores de risco associados a esta infecção, dados esses que poderiam auxiliar nas decisões de prevenção e implementação de políticas em saúde pública para as prisões brasileiras.
ASSUNTO(S)
prisioneiros hepacivirus prevalência hepatite c, epidemiologia estudos soroepidemiológicos revisão
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