Prevalência de partos prematuros no Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro (Porto Velho-RO) causados por malária durante a gestão no período de 2001 a 2003 em usuárias do SUS

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo analisar a prevalência dos partos prematuros em mulheres infectadas por malária e usuárias do SUS no Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro HBAP, no município de Porto Velho RO, no período de 2001 a 2003. Realizou-se um estudo descritivo retrospectivo, onde foram analisados 715 prontuários de gestantes que tiveram partos prematuros e selecionados 314 prontuários de mulheres que terminaram sua gravidez entre a 20 e 36 semanas. Neste período ocorreram 12.829 partos no HBAP e 927 (7,2%) foram partos prematuros. Estes partos prematuros foram relacionados com várias causas: 30,8% com Rotura Prematura de Membranas (ROPREMA), 15,9% com Óbito Fetal Intra-Útero (OFIU), 11,4% com Infecção do Trato Urinário (ITU), 13,3% com Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG), 7,9% com Descolamento Prematuro da Placenta (DPP), 6,0% Gemelares, 2,5% com Eclampsia, 1,9% com Mal Formação Fetal, 1,2% Anencéfalo, 0,6% com Placenta Prévia (PP), 0,6% com Apresentação Pélvica, 0,3% com Lupus Eritematoso Sistêmico (LES), que foram excluídos deste estudo, e 7,3% correlacionados com malária, que foram incluídos neste estudo. A procedência dos casos mais freqüente foi de 39,1% do município de Candeias, zona urbana, e 30,4% da zona rural de Porto Velho (PVH). A idade gestacional mais freqüente em que a grávida se infectou e o tipo de malária, foi em 52,1% dos casos entre a 26 e 30 semanas, sendo 52,2% com malária vivax e 47,8% com malária falciparum. O número de gestação mais freqüente em 60,9% foi de 2 a 3 gestações. A malária vivax foi encontratada em 52,2% dos casos e todos tratados com cloroquina. Os partos ocorreram em 39,1% entre a 28 e 31 semana de gestação, sendo 52,2% com malária vivax. Os partos em 82,6% foram vaginais. Os recém-nascidos (RN) pesaram entre 1.900 e 2.399 gramas em 30,4% dos casos, e desses 47,4% foram tratados com quinina. Em 82,6% os RN foram para o berçário e 52,2% foram tratados com cloroquina. Conclui-se que a infecção por malária na gestação levou a ocorrência de partos prematuros, que as gestantes procederam de áreas de maior endemicidade de malária e que não houve diferença estatisticamente significativa quando comparadas ao tipo de plasmódium. Apesar dos esquemas de tratamento com antimaláricos terem sido de acordo com os preconizados pelo Ministério da Saúde, observamos que a malária na gestação está relacionada com péssimos resultados perinatais.

ASSUNTO(S)

saude materno-infantil parto prematuro malária hbap

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