Prevalência de mutação para o gene da hemocromatose em pacientes com esteatohepatite não-alcoólica e correlação com o grau de fibrose hepática

AUTOR(ES)
FONTE

Arquivos de Gastroenterologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2006-09

RESUMO

RACIONAL: A esteatohepatite não-alcoólica é uma doença crônica, com elevada prevalência na população e com potencial evolutivo. Especula-se que a sobrecarga de ferro possa estar associada com a injúria hepática e com uma evolução desfavorável destes pacientes. OBJETIVOS: Avaliar a prevalência da mutação do gene da hemocromatose (HFE) em pacientes com esteatohepatite não-alcoólica e correlacioná-la com os achados histológicos hepáticos. PACIENTES E MÉTODOS: Foram avaliados 29 pacientes com esteatohepatite não-alcoólica. A presença da mutação do HFE (C282Y e H63D) foi testada em todos os pacientes e seu resultado foi avaliado em relação a atividade inflamatória hepática, presença de fibrose e depósitos hepático de ferro. Como grupo controle estudou-se 20 pacientes com provas de função hepática normal e 20 pacientes portadores do vírus da hepatite C, com elevação dos níveis de aminotransferases e biópsia revelando hepatite crônica. RESULTADOS: A mutação do HFE (C282Y e/ou H63D) foi diagnosticada em 16 (55,2%) pacientes com esteatohepatite não-alcoólica, em 12 (60%) pacientes com hepatite C e em 8 (40%) pacientes sem doença hepática. Não se observou associação entre a presença da mutação e a atividade inflamatória e a presença de fibrose nos pacientes com esteatohepatite não-alcoólica. Foi observada associação entre a presença de mutação e a ocorrência de depósitos de ferro hepático, porém, não ocorreu associação entre o ferro hepático e a ocorrência de fibrose. CONCLUSÕES: Os achados sugerem que o ferro não exerce papel importante na patogenia e na evolução da esteatohepatite não-alcoólica e a pesquisa rotineira da mutação do HFE nestes pacientes não deve ser recomendada.

ASSUNTO(S)

hemocromatose fígado gorduroso cirrose hepática

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