Prevalência de fluorose dental em regiões abastecidas com água sem suplementação de flúor no território brasileiro: uma revisão sistemática e metanálise

AUTOR(ES)
FONTE

Ciênc. saúde coletiva

DATA DE PUBLICAÇÃO

05/08/2019

RESUMO

Resumo Trata-se de uma revisão sistemática e metanálise para estimar e comparar as prevalências de fluorose dental em localidades brasileiras abastecidas com água tratada sem suplementação de flúor e em localidades que utilizam de água de origem subterrânea. Em dezembro de 2016 foram buscados estudos transversais em 8 bases de dados incluindo a “literatura cinzenta”. As prevalências foram estimadas utilizando modelo misto de efeitos aleatórios considerando as localidades como subgrupo. A heterogeneidade entre os estudos foi avaliada através da estatística I2 e do teste Q de Cochran. Foram encontrados 1.038 registros, dos quais apenas 18 artigos preencheram os critérios de inclusão, sendo submetidos para análise. O modelo metanalítico estimou em 8,92% (IC95%:5,41% até 14,36%) a prevalência de fluorose dental em municípios com água tratada sem suplementação de flúor e em 51,96% (IC95%: 31,03% até 72,22%) em municípios abastecidos por poços artesianos. A heterogeneidade entre os estudos foi alta, I2 = 95% (p < 0,01) no primeiro subgrupo de municípios e I2 = 98% (p < 0,01) no segundo subgrupo. A prevalência foi significativamente maior (p < 0,001) em populações expostas à água de poços artesianos, indicando que a presença de flúor natural em concentrações elevadas representa um fator de risco para a ocorrência de fluorose dental.Abstract This systematic review and meta-analysis aimed to estimate and compare the prevalences of dental fluorosis in Brazilian cities supplied with non-fluoridated water and in locations that uses groundwater. In December of 2016, cross-sectional studies were searched in eight databases, including the “grey literature”. The prevalences were estimated through a mixed random effects model considering the locations as subgroups. The heterogeneity among the studies was assessed with I2 statistics and the Cochran’s Q test. A total of 1038 records were found, from which only 18 articles met the inclusion criteria and were subjected to analysis. The meta-analytic model estimated a prevalence of dental fluorosis of 8.92 % (95 % CI: 5.41 % to 14.36 %) in cities supplied with non-fluoridated water, and of 51.96 % (95 % CI: 31.03 % to 72.22 %) in cities supplied by artesian wells. The heterogeneity among the studies was high: I2 = 95 % (p < 0.01) in the first subgroup of cities and I2 = 98 % (p < 0.01) in the second subgroup. The prevalence was significantly higher (p < 0.001) in populations exposed to artesian well water, indicating that the presence of natural fluoride at high concentrations represents a risk factor for the occurrence of dental fluorosis.

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