Prevalência de fenótipos de resistência em Staphylococcus aureus e coagulase negativos isolados de úlceras venosas de pessoas atendidas na atenção primária
AUTOR(ES)
Martins, Marlene Andrade, Santos, Silvana de Lima Vieira dos, Leão, Lara Stefânia Netto de Oliveira, Araújo, Nayara Portilho, Bachion, Maria Márcia
FONTE
Rev. Soc. Bras. Med. Trop.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2012-12
RESUMO
INTRODUÇÃO: Em úlceras venosas, a presença de Staphylococcus aureus e coagulase negativo com fenótipos de resistência pode constituir fator agravante e limita as opções terapêuticas. MÉTODOS: Foram avaliados estafilococos isolados de 69 pacientes, representando 98 úlceras no período de outubro de 2009 a outubro de 2010. A detecção fenotípica da resistência ao grupo macrolide, lincosamide, streptogramin B (MLS B) foi realizada pelo D-test. Isolados resistentes a cefoxitina e/ou oxacilina (disco-difusão) foram submetidos ao teste confirmatório para detecção da minimum inhibitory concentration (MIC), empregando fitas de oxacilina (E-test®). RESULTADOS: A prevalência de S. aureus foi de 83% e de 15% de coagulase-negative staphylococcus (CoNS). Identificou-se 28% de methicillin-resistant Staphylococcus aureus (MRSA) e 47% de methicillin-resistant coagulase-negative staphylococcus (MRCoNS). Entre o S. aureus, 69,6% apresentaram resistência a eritromicina, 69,6% a clindamicina, 69,6% a gentamicina e 100% a ciprofloxacina. Setenta e quatro por cento dos MRSA apresentaram elevado nível de resistência a oxacilina, MIC ≥ 256µg/mL, e em 65,2% predominou a resistência constitutiva MLS Bc. Dos 20 isolados sensíveis a clindamicina, 12 apresentaram fenótipo MLS B induzível. Um total de 71,4% dos MRCoNS apresentaram resistência a eritromicina, ciprofloxacina e gentamicina. Dos isolados positivos para a enzima β-lactamases, as MIC tiveram breakpoint entre 0,5 a 2µg/mL. CONCLUSÕES: Os resultados sinalizam elevada ocorrência de bactérias multirresistentes em úlceras venosas de pacientes recebendo atenção primária, evidenciando a necessidade de medidas preventivas que evitem surtos causados por patógenos resistentes a múltiplas drogas e a importância dos profissionais em discernir infecção de colonização em úlcera venosa, critério fundamental na indicação antibioticoterapia sistêmica.
ASSUNTO(S)
staphylococcus aureus resistente à meticilina resistência bacteriana a fármacos Úlcera varicosa atenção primária à saúde
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