Prevalência das cardiopatias congênitas diagnosticadas ao nascimento no hospital das clínicas da universidade federal de minas gerais

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

As cardiopatias congênitas são anomalias freqüentes ao nascimento. Estudar sua prevalência em nosso meio pode ajudar na definição de políticas de saúde pública e no planejamento de estratégias de propedêuticas e terapêuticas, que contribuam para sobrevida mais longa e de melhor qualidade aos afetados. Esse estudo teve como objetivos identificar a prevalência das cardiopatias congênitas, diagnosticadas ao nascimento, entre os recém-nascidos vivos e recém-nascidos mortos, no período de agosto de 1990 a dezembro de 2003, na maternidade do Hospital das Clínicas da UFMG; classificar as cardiopatias de acordo com a apresentação clínica, verificar os diferentes tipos anatômicos encontrados e verificar, entre recém-nascidos vivos, sua associação com gênero, peso ao nascimento, paridade e idade materna. Trata-se de estudo retrospectivo e observacional baseado no banco de dados do Estudo Colaborativo Latino Americano de Malformações Congênitas (ECLAMC). Foram identificados os recém-nascidos vivos (RNV) e recém-nascidos mortos (RNM) com cardiopatias congênitas, diagnosticadas pelo Dopplerecocardiograma pós-natal ou dados de necropsia. As cardiopatias identificadas foram classificadas como: isolada, componente de síndrome genética, associada a malformações de outros sistemas e órgãos sem diagnóstico sindrômico definido, componentes de ruptura e outras formas não incluídas nas anteriores. Foram excluídos os recém-nascidos cujas mães não autorizaram sua inclusão, aqueles com cardiopatia congênita sem confirmação pelo Dopplerecocardiograma ou dados de necropsia e aqueles com patência do canal arterial associada exclusivamente a prematuridade. Estudos de associação foram utilizados para estudar a associação entre a presença de cardiopatia congênita e gênero, peso ao nascimento, paridade e idade materna nos recém-nascidos vivos, além da realização de análise multivariada através da regressão logística multinomial, utilizando o software Minitab 14. Foi considerado o valor de 5% (p<0,05) como limiar de significância estatística. No período de estudo ocorreram 29.770 nascimentos (28.915 NV e 855 NM). Entre RNV a prevalência das cardiopatias foi de 9,58:1000 (277/28915) e entre RNM de 87,72:1000 (75/855). A cardiopatia isolada ocorreu em 37,2% dos casos entre RNV e 18,7% entre RNM; associada a anomalias de outros órgãos e sistemas sem diagnóstico sindrômico em 31,4% entre RNV e 48,0% entre RNM; componente de síndromes em 23,2% dos RNV e 32,0% dos RNM. Os defeitos anatômicos mais freqüentes foram comunicação interatrial (CIA), comunicação interventricular (CIV) e patência do canal arterial (PCA). A análise multivariada mostrou associação entre cardiopatia e peso ao nascer igual ou menor que 2.500gramas em todas as formas de apresentações clínicas, entre idade materna igual ou maior que 35 anos nas cardiopatias componentes de síndromes, e entre o gênero feminino nas cardiopatias isoladas. Os resultados encontrados mostraram prevalência das cardiopatias congênitas compatível com a descrita na literatura, entre recémnascidos vivos e recém-nascidos mortos. Foi observada associação com peso ao nascer menor ou igual a 2.500gramas em todas as apresentações, com a idade materna elevada apenas nos quadros sindrômicos e com o gênero feminino nas cardiopatias isoladas.

ASSUNTO(S)

cardiopatias congênitas/orevenção &controle decs prevalência decs idade materna decs cardiopatias congênitas/diagnóstico decs cardiopatias congênitas decs cardiopatias congênitas/mortalidade decs ecocardiografia doppler decs recém-nascido de baixo peso decs política de saúde decs estudos retrospectivos decs

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