Prevalencia, aspectos clinicos e fatores de risco associados a infecção pelo virus da imunodeficiencia humana entre pacientes com tuberculose atendidos em serviço publico de saude da cidade de Campinas

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1993

RESUMO

A ocorrência de tuberculose e infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida vem aumentando gradativamente nos grandes centros urbanos. A presença de fatores comuns para a aquisição destas duas infecções estão presentes no Brasil. No presente estudo avaliamos 178 doentes com diagnóstico de tuberculose atendidos no Centro de Saúde - 1 de Campinas, São Paulo. Nestes pacientes realizamos entrevista padrão visando identificar fatores de risco associados à aquisição destas duas doenças. Coletamos amostras de sangue, de todos os pacientes, para a pesquisa do anti-HIV-1 pelo método de Elisa (ElA, 2a. geração, "Abbott") e efetuamos confirmação pelo teste de Westem-Blot ("Dupont") entre os indivíduos ELlSA reagentes. Entre os 178 pacientes testados, encontramos 11 (6,18%) indivíduos reagentes para o anticorpo anti-HIV-1. Entre os 11 indivíduos anti-HIV-1 reagentes observamos 4 com forma extra-pulmonar de tuberculose, frequência esta, cerca de 3 vezes maior que a observada no grupo anti-HIV-1 não reagente (controle). Dos 11 pacientes co-infectados, 5 (45,45%) apresentaram achados radiológicos de infiltrado miliar e infiltrado difuso; enquanto que em 3 (27,27%) foi achado infiltrado apical uni e/ou bilateral. Nos achados radiológicos entre os pacientes do grupo controle foi encontrado maior frequência de infiltrado apical uni e/ou bilateral em 91 (54,49%) pacientes, enquanto que o infiltrado miliar e o infiltrado difuso ocorreram em 32 (19,16%) dos pacientes. Das diversas formas clinicas de tuberculose encontradas nos pacientes pesquisados, a forma pulmonar é a mais frequente entre os co-infectados (63,64%) e nos controles (88 %). Nos antecedentes pessoais, o uso de drogas injetáveis foi significativamente maior no grupo HIV positivo. O antecedente de prática sexual de risco, para aquisição do HIV, apresentou-se significativo para esta infecção entre os co-infectados. Hábitos çomo: antecedentes de etilismo e tabagismo, transfusão sanguínea, doenças sexualmente transmissíveis, bem como, raça e sexo não foram considerados significativos para aquisição de infecção pelo HIV nos pacientes entrevistados. Os resultados mostraram que pelo exposto: - a prevalência de 6,18%, por nós encontrada, é alta quando comparada com as prevalências na população geral; também - houve uma frequência significativamente maior de ocorrência de formas extra pulmonares de tuberculose entre os pacientes anti-HIV-1 reagentes, quando comparados com o grupo de pacientes não reagentes; - o ínfiltrado miliar e o infiltrado dífuso foram mais frequentemente observados nos indivíduos co-infectados; - as práticas sexuais de risco e o uso de drogas EV, estiveram presentes em maior frequência e de forma significativa nos indivíduos anti-HIV reagentes; - pela alta prevalência, por nós encontrada, concluimos que a pesquisa de anti-HIV 1 em todo indivíduo com diagnóstico de tuberculose deve ser conduta rotineira

ASSUNTO(S)

tuberculose - campinas (sp) saude publica - campinas (sp) hiv (virus)

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