Predictive morbimortility factors in liver trauma / Fatores preditivos de morbimortalidade no trauma hepatico

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O trauma é um evento muito freqüente em jovens, com acometimento freqüente do fígado. O objetivo do estudo foi avaliar os fatores preditivos de má evolução em pacientes operados com trauma hepático. Para tanto, foram estudados 638 pacientes no período de Janeiro de 1990 a Dezembro de 2003, com seus parâmetros epidemiológicos, fisiológicos e anatômicos comparados e os valores preditivos para ocorrência de má evolução analisados através de estudo estatístico apropriado. O trauma penetrante foi o agente agressor mais freqüente. A instabilidade hemodinâmica esteve presente em 21,1% das vítimas, com RTS médio de 7,02, ATI médio 17,4 e ISS médio de 20,7. A maioria das lesões hepáticas foi grau III e os órgãos e estruturas abdominais mais frequentemente lesados em associação às mesmas foram o diafragma (33,4%), o estômago (20,5%), o cólon/reto (17,9%) e o baço (13,6%). As lesões não abdominais localizaram-se mais freqüentemente nos segmentos craniencefálico e torácico. A morbidade global foi de 50,4%, sendo que as complicações relacionadas ao fígado mais freqüentes foram o sangramento persistente (9,8%), o abscesso intraperitoneal (3,8%) e a fístula biliar (3%). As complicações não hepáticas ocorreram em 273 pacientes (42,8%) e as mais freqüentes foram as pulmonares, sepse e as complicações relativas ao SNC. Os fatores preditivos de ocorrência de complicações hepáticas foram a idade superior a 60 anos, a instabilidade hemodinâmica à admissão, o RTS alterado, a presença de lesões hepáticas complexas (grau>III), o ATI >25 e o ISS ≥ 25. Todas estas variáveis, a presença de lesões associadas abdominais e não abdominais e o mecanismo de trauma fechado foram preditivos de ocorrência de complicações não hepáticas. A mortalidade foi de 22,1% (141 casos), e ocorreram principalmente por sangramento persistente, sepse, FMOS e pelo TCE. Todos os fatores estudados, exceto a presença de lesões associadas abdominais, foram preditivos para a evolução a óbito. Estas vítimas apresentaram-se ainda, mais instáveis na admissão, com o RTS médio mais baixo (5,35), lesões hepáticas mais complexas, o ATI e ISS maiores (média de 24,7 e 30,6, respectivamente) além de TRISS médio de 0,64 (menor), quando comparadas às demais vítimas da amostra.

ASSUNTO(S)

abdomen - cirurgia violencia traumatism index of gravity on trauma abdominal surgery indices de gravidade do trauma violence traumatismo

Documentos Relacionados