Predição da ocorrência de entorse de tornozelo em atletas de basquetebol e voleibol através da identificação de riscos intrínsecos e extrínsecos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Muitas variáveis têm sido associadas retrospectivamente com a entorse de tornozelo. Porém, ainda se desconhece os principais fatores que predispõem os atletas a essa lesão em esportes como o basquetebol e o voleibol. O objetivo deste estudo foi identificar quais são as variáveis intrínsecas e extrínsecas de atletas de basquetebol e voleibol que podem ser preditoras da entorse de tornozelo. Métodos: Caracterizou-se como longitudinal de coorte, com acompanhamento de 05 meses. Um total de 94 atletas femininos e masculinos com 15,8 ± 1,67 anos de idade do Clube Poliesportivo Grêmio Náutico União (47 do basquetebol e 47 do voleibol), foram avaliados em relação a presença de fatores de risco intrínsecos como história prévia de entorse de tornozelo, sexo do atleta, massa corporal e estatura do atleta (características antropométricas), membro inferior dominante, hiperlassidão ligamentar do tornozelo, amplitude de movimento do complexo tornozelo-pé, tempo de resposta eletromiográfica dos músculos eversores do tornozelo, controle postural do atleta e torque muscular dos inversores e eversores do tornozelo. Os fatores de risco extrínsecos avaliados foram: tipo de tênis, utilização ou não de órteses (braces), ocorrência das lesões em treinos e jogos, freqüência e duração dos treinos e jogos e posicionamento do jogador na quadra. Resultados: Dezoito (19%), dos 94 atletas apresentaram entorse por inversão em um dos tornozelos. A análise de regressão logística multivariada revelou que permaneceram no modelo final de regressão 04 fatores: membro inferior dominante esquerdo, não usar amortecedores no tênis, posição do jogador na quadra e o músculo fibular curto com valor de tempo de reação maior que 80ms. Destas, apenas a posição do jogador (Ala/Ponta/Saída de Rede/Oposto) em quadra associou-se significativamente com a entorse (p=0,046). O cálculo da probabilidade da ocorrência da entorse demonstrou que se o atleta tiver o membro inferior dominante esquerdo, não usar amortecedores nos tênis, ser ala ou ponta ou saída de rede ou oposto e possuir o tempo de resposta eletromiográfica (tempo de reação) do músculo fibular curto maior que 80ms, ele tem uma probabilidade de 86,1% de sofrer a entorse de tornozelo. Conclusão: O percentual da predição parece apontar alguns fatores de risco, mas não é definitivo. No presente estudo, a posição do jogador parece ser o fator de risco mais importante para o atleta se lesionar.

ASSUNTO(S)

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