Potencial analgésico, anti-edematogênico, antipirético e atividade ulcerogênica de fármacos anti-inflamatórios, em roedores. / Analgesic, antioedematogenic and antipyretic activity and ulcerogenic effects of anti-inflammatory drugs in rodents.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) são drogas amplamente usadas na medicina veterinária, tendo ação analgésica, anti-inflamatória, incluindo a redução do edema e antipirética. Agem inibindo a enzima cicloxigenase (COX), não havendo a formação de prostanóides, e os efeitos colaterais promovidos pelos AINES tornam limitante o seu uso. Há duas isoformas de COX: a COX-I, constitutivamente nos tecidos e responsável pelas funções fisiológicas; e a COX-II, induzida após estímulos inflamatórios, álgicos e térmicos. Dessa forma, entendeu-se que o uso de AINES seletivos para a COX-II, diminuiria os efeitos adversos desses fármacos, uma vez que garantiria as funções homeostáticas da COX-I. Atualmente, sabe-se que a COX-II também está presente constitutivamente em alguns tecidos como o sistema nervoso central e rim. Dessa forma, todos os AINEs podem causar efeitos adversos em maior ou menor intensidade, e o grau de seletividade de cada fármaco será determinante na ocorrência de reações indesejáveis. O objetivo desse trabalho foi avaliar o potencial analgésico, anti-edematogênico e antipirético dos principais AINES utilizados em medicina veterinária, os COX não seletivos flunixim meglumine (FM) e cetoprofeno (CT); os COX-II preferenciais meloxicam (MX) e carprofeno (CP) e o COX-II seletivo firocoxibe (FC) após a administração oral, bem como a atividade ulcerogênica sobre a mucosa gástrica, tendo-se assim uma avaliação comparativa tanto de seu efeito antinociceptivo e/ou antiinflamatório, como de reações indesejáveis; subsidiando o médico veterinário clínico, no estabelecimento da relação custo/benefício desses fármacos. No teste do edema de orelha induzido pelo óleo de cróton em camundongos, o CT (ID50 = 3,6 mg/kg) foi à droga mais potente, seguido do CP e FM (ID50 = 12,3 e 17,8 mg/kg, respectivamente). O MX e FC, apesar de efetivos, mostraram baixa atividade não produzindo efeito suficiente com a dose máxima de 30mg/kg, para a determinação da ID50. Na febre induzida pelo LPS em ratos, o FC produziu atividade antipirética com ID50 = 2,9 mg/kg, acompanhado do CT, CP e FM (ID50 = 3,3; 3,6 e 4 mg/kg, respectivamente) e com maiores doses do MX (ID50 = 17,8 mg/kg). Avaliando o potencial analgésico pelo método das contorções abdominais com ácido acético em camundongos, o MX foi o mais potente (ID50 = 0,09 mg/kg), seguido do FM, FC, CP e CT (ID50 = 0,4; 1,9; 2,3 e 3,6 mg/kg, respectivamente) e, utilizando estas ID50 na avaliação da atividade ulcerogênica em camundongos, o FC, FM e MX não produziram efeitos gástricos significativos no 3 ou no 7 dia dos tratamentos. O CT e o CP promoveram ulcerações no 3 dia, sendo o CT de forma mais intensa; não se observando alterações gástricas no 7 dia, podendo esse efeito estar relacionado ao desenvolvimento de tolerância aos danos causados por essa classe de drogas na mucosa. Esses resultados revelam que a atividade analgésica da quase totalidade desses fármacos independe da atividade antiedematogênica e antipirética, tendo o CT revelado ID50 semelhantes em todos os testes farmacológicos. A atividade ulcerogênica gástrica evidenciada, teve relação inversa com a atividade analgésica de todos esses fármacos.

ASSUNTO(S)

roedores analgésicos atividade anti-inflamatória medicina veterinaria atividade antipirética

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