Possibilidades éticos-estéticas da perversão: a sexualidade perverso-polimorfa como prática de liberdade em Marcuse
AUTOR(ES)
Hilário, Leomir Cardoso, Cunha, Eduardo Leal
FONTE
Psicologia USP
DATA DE PUBLICAÇÃO
05/07/2012
RESUMO
Este artigo visa explorar a compreensão ético-estética do fenômeno perverso realizada por Marcuse em Eros e Civilização. No registro ético, destacamos o caráter necessariamente moral da categoria de perversão e seu vínculo com a normatização da experiência sexual, com a disciplinarização e controle dos corpos, no quadro da leitura foucaultiana do biopoder, situando Marcuse como crítico de tais processos em sua ligação com o modo de produção capitalista. No segundo registro, da estética, expomos como Marcuse, através da reconfiguração da relação entre Eros e Logos e da afirmação de um ethos estético, propõe que a perversão sexual implica a contestação da ordem vigente e a produção de novos modos de relações consigo e com os outros, em contraste com a regulação instrumental do erotismo. Por fim, indicamos como o campo de possibilidades aberto por Marcuse no domínio da transgressão aponta para a necessidade de retomar criticamente a categoria de perversão.
ASSUNTO(S)
marcuse (herbert) psicanálise perversão transgressão
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