Português do Brasil pronunciado por falantes nativos de inglês : uma análise à luz da lingüística contrastiva

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

: Este estudo teve por objetivo contribuir para a área de Português para Estrangeiros (PE), com interesse em fornecer elementos que possam facilitar o processo de ensino/aprendizagem de uma Língua Estrangeira (LE). Tendo em mente tal objetivo, realizamos um mapeamento da trajetória da área de PE no Brasil, que inclui estudos e iniciativas desde o início até o presente. Nesse âmbito, observamos que o espaço dedicado a pesquisas sobre a pronúncia de português do Brasil para estrangeiros é praticamente nulo. Seguindo os pressupostos da Lingüística Contrastiva, propusemos analisar a produção de nativos de língua inglesa, oriundos de vários países, ao utilizar a variedade brasileira de português para verificar suas dificuldades de pronúncia. Os dados foram coletados em instituições de uma cidade do norte do Paraná através de uma entrevista gravada em áudio que, posteriormente foi transcrita foneticamente. Das transcrições foram retirados os erros de pronúncia, que foram classificados de acordo com critérios do modelo de Análise de Erros. O número de erros cometidos reflete a dificuldade que os informantes têm no campo da pronúncia ao aprenderem o português do Brasil e corroboram a necessidade de propostas de soluções. Um padrão de língua portuguesa foi proposto para ser atingido pelos informantes de língua inglesa e as realizações não encontradas nas descrições de português foram classificadas como erro e, conseqüentemente, como dificuldade. Na área da Lingüística Aplicada e relacionada à Formação de Professores tem-se discutido a respeito de como ensinar a gramática em aulas de Língua Estrangeira. Partindo da hipótese de que os professores têm dificuldade em abordar a gramática de forma contextualizada, o trabalho em pauta apresenta alguns resultados de uma pesquisa feita com alunos do quarto ano de Letras-Anglo da Universidade Estadual de Londrina sobre a concepção do ensino gramatical de tais alunos. Nesse contexto, a pesquisa parte do pressuposto de o ensino gramatical não pode ser visto como ultrapassado e incapaz de estimular o ensino de língua estrangeira, contudo merece ser concebido de maneira diversa à abordagem tradicional. Ensinar a gramática não pode ser sinônimo de ensinar uma língua, seja ela materna ou estrangeira. Considerando que, hoje, a língua inglesa é a língua estrangeira mais abordada, seja em escolas públicas, ou em escolas privadas, torna-se de extrema relevância repensar em como ensiná-la. Para efetuar a pesquisa, um questionário foi elaborado com o objetivo de captar como um recém formado está tratando a questão do ensino gramatical. O questionário em questão, respondido por cinqüenta alunos dos períodos vespertino e noturno, foi composto de 16 questões, sendo 10 delas abertas. A análise dos dados foi quantitativa e descritiva. Por meio da análise, concluiu-se que muitos alunos ainda apresentam uma visão tradicional para o ensino da gramática, ainda que tenham embasamento teórico sobre o assunto. A pesquisa revelou ainda uma forte insatisfação dos informantes em relação ao seu curso de formação e em relação ao ensino de Inglês.

ASSUNTO(S)

lingüística contrastiva língua portuguesa - estudo e ensino - falantes estrangeiros língua portuguesa - pronúncia estrangeira portuguese language - study and teaching - english speakers portuguese language - study and teaching english language - study and teaching english language - grammar

Documentos Relacionados